A simplicidade das crianças deixa-me realmente preenchida. Elas ensinam-nos ou talvez fazem-nos recordar princípios básicos da vida que ficaram perdidos ou arrumados numa gaveta algures no nosso pensamento. Vou-vos dar dois exemplos, reais, que tive a oportunidade de viver e que me fizeram reflectir no seu significado.
Conheço um menino que mora no meu prédio, no R/C, que costuma estar à janela, quase todos os dias quando regresso do trabalho. O cansaço, na maioria das vezes, leva-me a vir sempre de óculos de sol. Pois, o menino, quando lhe digo olá, responde-me sempre: "Tira" e aponta para os meus olhos. O certo é que os tiro logo. Creio que ele, na sua inocência, prefere ver o meu olhar e eu no meu pensamento deixo de o querer esconder. Tenho encarado essa rotina sempre como uma lição de optimismo.
A segunda história ocorreu esta semana no trabalho. Uma colega minha levou a filha. A mãe avisou-a para não ir para um determinado sitio do escritório, onde eu momentaneamente trabalhava, porque a chefe não queria (para não me incomodar). A menina, assim que viu a chefe perguntou: "Chefa, porque não posso ir para ali, agora?" As crianças não obedecem a ordens sem saber o porquê. É a curiosidade do porquê que perdemos com o tempo e que naquele momento aquela pergunta inocente me fez sorrir...
Comentários