Avançar para o conteúdo principal

Capitão Brock

imagem: net
  Joãozinho fazia birra ao almoçar.
-Come as cenouras João! Come os Bróculos! – Chateava-se sua mãe.
-Não quelo! Não! Não! Quelo uma Hamburgre!
-Os vegetais fazem-te falta! Come senão não vês TV! Vou à despensa. Quando eu vier, quero tudo comido!
Joãozinho, cerrava os dentes. Enquanto desenhava um barco com a comida, ouviu:
-Capitão Brock! Capitão Brock! O pirata Bicho Vivo aproxima-se do barco!
Joãozinho olhou à volta. Sua mãe não tinha voltado e não havia ninguém.
Quando baixou a cabeça para o prato, reparou que a cenoura, andava em pé, aos pulos.
-Ameaça a estibordo! – Repetia insistentemente.
Era como se o prato ganha-se vida. De repente, o bróculo levanta-se também! Uma das suas hastes transformara-se em espada e a outra em perna. Parecia um pirata com perna de pau como ele tinha visto num filme.
-Arghhh! Bicho Vivo aqui não entra.
Os vegetais começaram a lutar mas Joãozinho não via o atacante. Parecia invisível:
-A, B, C e D, atira, bate, cura e defende! - Gritavam.
-Com quem vocês lutam? – Atreveu-se perguntar.
-Nós, lutamos com Bicho Vivo! A, B, C e D, atira, bate, cura e defende!
-Não se vê nada!
-Bicho Vivo não se mostra! Bicho Vivo muito mau! Ataca sem se mostrar e menino pode matar!
Joãozinho, nada percebia.
- A, B, C e D, atira, bate, cura e defende! A nós tens que comer para a ti, defender!
Joãozinho lembrou-se de, quando ficou doente no mês passado. A senhora da bata branca disse que ele tinha bichos e que lhe faziam mal. Ficou com medo. Lembrou-se das dores de barriga que tinha tido e de que havia ficado semanas em casa sem poder ir brincar.
-João, meu filho! Comeste tudo! És um lindo menino! Vai ver TV, está a dar os teus desenhos preferidos.
O menino levantou-se e sentiu-se mais forte que nunca, pois dentro de si o Capitão Brock iria defende-lo!

Comentários

BlueAngel aka LN disse…
Tenho lido as tuas histórias e tenho gostado de todas, mais de umas que de outras, óbvio não é? Tenho uma pergunta para ti: Tens estes textos registados? Nunca se sabe quem tos pode levar, infelizmente o mundo funciona assim. Não me lembrei disto por causa da minha má experiência, tenho-me lembrado todos os dias mas sou prguiçosa para comentar ihihihihihihihihihi beijinhos colega de Asas
Eva Gonçalves disse…
:) Esta história deve resultar para quando os miúdos não querem comer legumes, rrsss. Beijo
Este comentário foi removido pelo autor.

Mensagens populares deste blogue

Impossível amor eterno

O mundo tinha acabado de ser criado e apenas havia uma aldeia no topo das montanhas. Existiam três famílias, uma dedicava-se à pesca, outra à caça e outra à recolha de frutos. Todos realizavam as suas tarefas para o bem da comunidade e trocavam o resultado das suas actividades entre si. Os colectores eram amados por todos mas os pescadores e os caçadores odiavam-se entre si. Segundo eles, uma pessoa podia viver só comendo peixe ou só carne pelo que, não fazia sentido existirem as duas profissões. Um dia, Sol, filho dos caçadores apaixonou-se pela filha dos pescadores, Lua. Esta relação durou pouco tempo até que fosse descoberta e repudiada pelas famílias. Nos meios pequenos não existem segredos. O ódio foi tanto que decidiram afasta-los para sempre. O Sol passou a viver durante metade do dia e a Lua a outra metade, ficando o resto do tempo fechados numa gruta profunda das montanhas. Assim, os caçadores passaram apenas a procurar animais durante o período que o seu filho era liberto, a ...

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...