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A sala de imprensa estava cheia de jornalistas, ansiosos para o conhecer. As revelações efectuadas pela NASA surpreenderam o mundo e até tiveram impacto nos mercados financeiros. Os dirigentes das grandes potências internacionais já se preparavam para pressionar a subida do ratting da Moodys de Portugal, dados os negócios que podiam advir de tamanha notícia:
- Minhas senhoras e meus senhores, tenho o prazer de vos apresentar o descendente directo do primeiro ser vivo a aterrar na Lua: o Zé Pulga.
Os flashes começaram a disparar na sala, os gravadores foram içados em punho e os microfones atropelavam-se no ar:
-Conte-nos como aconteceu? – Questionou um jornalista.
-O meu antepassado viajava na Laika, a primeira cadela a pousar na Lua.
-E porque diz ser o primeiro ser vivo a fazê-lo e não a cadela?
-O meu ascendente encontrava-se na pata de Laika. Os nervos da cadela fizeram-no cair para o fundo da parte do fato que tapava uma das patas. Antes de Laika colocar a pata em solo lunar já o Tó Pulga o tinha feito.
-E como ele foi parar à Rússia?
-Era emigrante. Foi no inicio da década de 50, com um cão rafeiro de uns emigrantes portugueses que partiram para lá.
-Como foi parar à pata de Laika?
-Foi num hotel aonde o dono de Laika ficou hospedado. O meu antepassado resolveu largar o rafeiro e agarrar-se à roupa dos emigrantes que eram responsáveis pela limpeza do quarto aonde ele ficou. Dai à cadela foi um instante.
O alvoroço na sala tornou-se impressionante. O Zé Pulga era notícia de abertura de todos os telejornais.
-Estamos aqui em directo da sala de conferência de imprensa, aonde acabou de ser revelado que, afinal o primeiro ser vivo a aterrar na Lua foi português, o Tó Pulga. Vamos tentar falar com o seu descendente, o Zé Pulga.
-Zé, como se sente, com esta descoberta?
-Sinto-me como qualquer português!
-Desculpe! Pode explicar?
-Claro! Apesar de sermos pequenos estamos espalhados pelo mundo. No entanto, esse mesmo mundo só olha para nós quando há hipótese de fazer negócio.
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