Avançar para o conteúdo principal

O meu enorme amor:)

Numa loja de antiguidades, perdidos num armário do armazém, vivia um casal invulgar: uma lupa e um pedaço de vidro partido e envelhecido.
O dono da loja já era idoso e já não tinha paciência, nem forças para arrumar os artigos perdidos na arrecadação. Apenas lá ia quando um cliente lhe pedia alguma coisa que não se encontrava em exposição. Certo dia, surgiu um pequeno rato à procura de comida. A lupa foi a primeira a vê-lo:
-Ai, socorro! Está ali um monstro! Nunca vi um rato tão grande!
Ao seu lado, o pedaço de espelho, tentou ver o bicho:
-Não fiques histérica! É só um ratinho do campo. Deve andar à procura de comida e aqui não tem muita sorte!
-É enorme! Um animal assim é capaz de comer qualquer coisa. Vamos morrer!
O pedaço de vidro, já habituado aos exageros da esposa:
-Tem calma, mulher! Já sabes que  vês sempre mais do que na verdade as coisas são! Não confias em mim?
-Não vejo a mais! Observo é com mais pormenor e aquilo é um bicho enorme!
O pequeno ratinho subiu para cima do armário e aproximou-se do pedaço de vidro com curiosidade para cheirar. A lupa assustada:
-Cuidado! Vou ficar viúva! É hoje! Ai meu Deus! O que vai ser de mim?
O espelho, tranquilo, deixou o ratinho cheirar. O animal perdeu o interesse e foi-se embora.
-Oh, mulher! Tu viste o rato ao meu lado? Não viste?
-Claro! -
E era maior ou menor do que eu?
-Era da tua altura!
-Então minha querida! Tu vives à anos com um gigante e nunca tinhas reparado nisso!
A lupa franziu o sobrolho e acalmou-se.

Comentários

Paula noguerra disse…
As perspectivas de cada um podem ser fulcrais :)
Tânia Lima disse…
Oi amor, gostei muito desse blog palavras que vao direto no coraçao de uma mãe sem rumo como eu como minha dor esta doendo c0omo estou sofrendo fico so mim perguntado pq.

Mensagens populares deste blogue

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...

Semelhanças

Aiii...começo a preocupar-me com algumas das semelhanças com os meus pais, estou a ficar com o maior defeito da família: o esquecimento!!! Roupa esquecida na máquina de lavar???? Que coisa, os genes, acabamos por ficar com uma mistura dos do pai e dos da mãe e com a idade começam a tornar-se mais evidentes.