Avançar para o conteúdo principal

O preconceito começa aonde a sabedoria acaba!

A passear numa folha de couve andava uma família de caracol e uma família de lesmas. O pequeno caracol e a pequena lesma resolveram escorregar pelos veios da planta e andavam muito animados.
Na hora do lanche, ambos regressaram para junto das mães que descansavam uma em cada ponta da mesma folha de couve.
O pequeno caracol que andava na fase dos porquês:
-Mãe porque é que aquele caracol não tem casa?
A mãe caracol, sem saber muito bem o que dizer:
-Não é um caracol, filho! É uma lesma! As lesmas não têm casa!
O pequenote estranhou e continuou com o seu questionário:
-Onde dormem à noite, então? Onde levam as sandes de couve e alface para a escola?
As perguntas estavam cada vez mais difíceis e o conhecimento da mãe caracol acerca das lesmas não era assim muito aprofundado. Então, como todas as mães quando são confrontadas com desafios infantis, puxam pela imaginação:
-Eles vivem todos na mesma casa, no centro de uma couve. Comem sempre o que querem e quando saem para ir para a escola já vão tão cheias e gordas que não precisam de sandes.
A mãe lesma observava com atenção a conversa e perante a palavra “gordas” resolveu interferir:
-Minha senhora, mas não acho correto a senhora chamar “gorda” a quem não conhece.
A mãe caracol, muito envergonhada referiu baixinho:
-Desculpe, mas eu não sabia responder às perguntas da criança. Ele deixa-me com a cabeça feita em água.
-Sei o que é! A minha filha também me perguntou porque é que vocês traziam sempre a casa às costas.
-A sério! O que respondeu?
-Que os caracóis passam a vida a comer e precisam de carregar com peso as costas para manter a linha!

Comentários

Paula noguerra disse…
Grande história... as always :)
Obrigado Paula

Mensagens populares deste blogue

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...

Semelhanças

Aiii...começo a preocupar-me com algumas das semelhanças com os meus pais, estou a ficar com o maior defeito da família: o esquecimento!!! Roupa esquecida na máquina de lavar???? Que coisa, os genes, acabamos por ficar com uma mistura dos do pai e dos da mãe e com a idade começam a tornar-se mais evidentes.