Uma formiga carregava uma baga vermelha para o inverno. No
caminho, encontrou uma joaninha.
- Há quem deseje
sempre o que os outros têm!
A formiga ia tão
sobrecarregada que nem via a joaninha.
- A beleza é
dada a quem a merece. Quem não a têm a cobiça ou a desdém! As minhas
pintas vermelhas são belas e não as imitei.
Ao tentar
suportar a baga, a formiga desequilibrou-se e deixou-a cair. O fruto
rebolou, rebolou e bateu na joaninha, obrigando-a voar de repente.
- Puxa, não
basta a cobiça e a cópia ainda têm receio de ouvir a verdade!
A formiga correu
atrás da baga mas perdeu-a num penhasco.
-Ainda há justiça!
Tão bela querias ser que tudo acabaste perder!
Junto ao
penhasco havia uma baga maior mas amarela. Apanhou-a. Quando vinha de
volta, nem se via o seu corpo do galho aonde joaninha estava,
que atraída pela cor voou para cima do fruto. Sentia-se bela.
- Olhem para
a joaninha tão bela! Cantava com tanto vigor que atraiu a atenção de todos os insetos.
O seu ego era tanto que nem sentiu a baga amarela mexer. A formiga carregadíssima
tropeçou outra vez e a joaninha caiu numa poça de lama ficando suja e sem
pintas. Todos deram uma gargalhada.
A formiga reparou
na joaninha e correu em seu auxilio ajudando-a a limpar-se.
Envergonhada pediu
desculpa.
O ego cega-nos
impedindo de ver a realidade e por vezes construímos uma centrada em nós
próprios.
Comentários