Há muito mas muito tempo atrás,
dois porquinhos encontraram-se numa reunião de animais da floresta. O acaso
sentou-os lado a lado para aprenderem a realizar algumas tarefas necessárias à
comunidade. Simpatizaram logo um com o outro e ficaram amigos.
A reunião passou e cada um seguiu
para o seu canto regressando à sua vida. Os dias passaram, os meses correram e
apenas se encontravam em ocasiões sociais.
A empatia era tanta, que sempre
que estavam juntos no mesmo local sentavam-se um junto ao outro. Estivesse
quem estivesse. Ficavam horas a falar como se o mundo à volta não existisse. Eles,
naqueles momentos, criavam o seu próprio mundo, o seu próprio tempo e nada mais
interessava.
Certo dia, no meio da floresta
ela procurava cogumelos e ele chafurdava à procura de raízes para comer. Estavam
de cabeça baixa a farejar as folhas secas e a terra e não tiveram consciência
que estavam os dois na mesma clareira e iam exactamente em direcção um do outro. Algo
os aproximava. Seria o destino ou a mão de algo transcendente, no entanto, continuavam
sem sentir a presença mútua mas a caminhar.
De repente, os seus focinhos
tocaram-se. Assustaram-se, deram um passo atrás. Olharam olhos nos olhos e sem
falarem juntaram-se novamente. Não foram preciso, palavras nem gestos para
formalizarem a união que o universo já há muito tempo tentava fazer.
Desde ai, nunca mais se largaram.
Onde vai um, vai o outro. Ainda hoje, caminham lado a lado pelas clareiras e
entre os ramos da floresta, enfrentando os percalços e aventuras da vida. De vez
em quando, param e olham um para o outro com uma cumplicidade inigualável que
os faz sorrir de alegria e felicidade.
Comentários
E o que tem de ser tem muita força!
Um beijinho cheio de carinho e amor xxxx