António Torresmos, porco de profissão, vem por este meio
apresentar demissão.
Durante anos prestou serviço à nação como porco. Foi extremamente
difícil obter o diploma. Desde potro que tinha esse sonho. Recorda-se como foi
aquele dia. Estudou vários minutos: o ronco, a forma de chafurdar e até o
abanar de rabo gordo.
Foi difícil, mas passou com distinção. Já tinha alguma
experiência em partilhar a manjedoura com porcos.
No exame perguntaram-lhe:
-Como faz o porco!
Pensou, pensou e respondeu:
-Oinc, oinc.
-Dada a experiência que possui e a sabedoria necessária
para a função. Os meus parabéns. Possui equivalência a porco.
Foram anos a exercer mas chegou a altura de abandonar a
profissão. Não aguenta os insultos pois sempre que passa na rua perguntam-lhe:
-Oh, suíno já foste porco hoje?
Não aguenta mais e desiste.
Diz que quer ser cavalo! Pode ser que até consiga uma
equivalência, uma vez que tem crinas e ferraduras, apesar de possuir a altura
de um pónei.
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