Avançar para o conteúdo principal

Feliz dia das mentiras


A baleia que engoliu o Pinóquio passou pela costa portuguesa. Ao navegar pelas águas lusas sentiu-se indisposta e expulsou-o para o meio de uma onda. O boneco veio parar à praia, encontrando um pescador:
-Oh, Sr. Pescador, você está emagrecido pelo sal da água e envelhecido pelo Sol. Parece ter trabalhado imenso. O meu avô sempre me disse: Pinóquio, na vida é preciso trabalhar de Sol a Sol para ter segurança.
O pescador olhou para o boneco e respondeu:
-Sabes aonde estás? Em Portugal, trabalha-se de Sol a Sol para às vezes ter sustento.
Pinóquio levantou-se, seguiu para uma esplanada, tinha sede:
-Meu caro taberneiro atendes clientes todos os dias. Deves ter muito trabalho pois todos temos que comer. O meu avô sempre dizia: Pinóquio, podemos trabalhar de Sol a Sol mas “saco vazio não se aguenta em pé”!
O empregado do restaurante, olhou para o boneco e respondeu:
-Sabes onde estás? Em Portugal, trabalha-se de Sol a Sol e muitas vezes de “saco vazio”.
O boneco já um bocado desapontado, caminha em direcção a um jovem que apanhava Sol numa toalha:
-Olá meu caro jovem. Fazes bem em descansar, ao final da labuta. O meu avô sempre me disse: “Nem só de pão vive o homem!
O jovem olhou para o boneco e respondeu:
-Sabes onde estás? Em Portugal, há quem queira trabalhar mas não tenha como.
O Pinóquio, arrasta-se para a água e chama pela baleia.
-Queres que eu te coma? Estás-me a chamar porquê?
-Porque se contínuo aqui, o meu nariz cresce cada vez que tento entender este lugar e o meu coração diminui cada vez que o percebo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

Impossível amor eterno

O mundo tinha acabado de ser criado e apenas havia uma aldeia no topo das montanhas. Existiam três famílias, uma dedicava-se à pesca, outra à caça e outra à recolha de frutos. Todos realizavam as suas tarefas para o bem da comunidade e trocavam o resultado das suas actividades entre si. Os colectores eram amados por todos mas os pescadores e os caçadores odiavam-se entre si. Segundo eles, uma pessoa podia viver só comendo peixe ou só carne pelo que, não fazia sentido existirem as duas profissões. Um dia, Sol, filho dos caçadores apaixonou-se pela filha dos pescadores, Lua. Esta relação durou pouco tempo até que fosse descoberta e repudiada pelas famílias. Nos meios pequenos não existem segredos. O ódio foi tanto que decidiram afasta-los para sempre. O Sol passou a viver durante metade do dia e a Lua a outra metade, ficando o resto do tempo fechados numa gruta profunda das montanhas. Assim, os caçadores passaram apenas a procurar animais durante o período que o seu filho era liberto, a ...

Aos que me acompanham

Ouço todo o mundo dizer que “ o mundo dá muitas voltas”, que “ o que hoje tens como certo, amanhã pode não o ser”. Questiono-me agora acerca das pessoas que estão sempre ao teu lado, incondicionalmente. Os nossos pais, por exemplo, discutimos, brigamos, queremos muitas vezes que eles nos deixem viver a nossa vida. Contudo quando, mais uma vez “batemos com a cabeça” regressamos e eles tem sempre os braços abertos para nos receber. Os verdadeiros amigos também estão neste grupo. Aqueles que já nos viram fazer figuras ridiculas e nem sequer ligaram ao assunto. Continuam ao nosso lado. Estão dispostos a ouvirem-nos ás 3h da manhã porque, mais uma vez, a vida nos pregou uma partida. É claro, que, um dia, não por vontade própria, podem-nos deixar mas, nessa altura já tem um lugar tão grande no nosso coração que os torna Eternos .