Uma mosca voava à procura de comida e encontrou um doce
tapado com uma tampa de rede. Posou em cima do candeeiro mesmo por cima da mesa
à espera que algum Humano tira-se a tampa.
Passados alguns minutos, apareceu um mosquito atraído pela
luz. Agarrou-se à lâmpada e ali ficou esparramado.
-Ah, calor! – Dizia satisfeito.
O mosquito estava tão feliz que mais nada parecia
interessar.
A mosca esperou, esperou e o doce continuava tapado. Começava
a ficar com fome. Cada vez que olhava para a felicidade do mosquito mais
irritada ficava:
-Olha lá! Oh, baixote!
O mosquito de olhos fechados e colado à lâmpada nem reparou
no apelo.
-Oh meia-leca! Estás a ouvir? Magricela! Estou a falar
contigo!
O mosquito abriu os olhos, levantou ligeiramente a cabeça e
reparou na mosca:
-Estás a falar comigo?
-Ai, tu vê lá se não queres apanhar! Fininhos como tu,
como-os ao pequeno-almoço!
O mosquito calmamente respondeu:
-O que é que eu te fiz para tu me insultar e ameaçar?
-Existes e és magrinho! Isso irrita-me!
O mosquito respondeu:
-Está bem!
-Está bem? É só isso que tens para me dizer? Fazes o que eu
te vou dizer ou espanco-te até aos ossos!
O pequeno inseto já a ficar chateado:
-O que queres?
-Quero que voes até aquela coisa de rede que tapa o doce,
entres pelos buracos e me tragas comida que estou esfomeada!
O mosquito, com receio, assim o fez. Voou, passou pelos
buracos fininhos. Pousou no doce. Agarrou um pequeno pedaço com as patas e
voltou.
A mosca quando viu que o bocado era pequeno, resmungou:
-Vais lá voltar que isto não cabe na cova de um dente!
O mosquito voltou e voltou várias vezes até a mosca ficar de
barriga cheia sem nunca sequer ter oportunidade de provar a iguaria.
De repente, veio um humano e destapou o doce.
A mosca gulosa tenta levantar voo. Bate as asas com todas as
suas forças mas não consegue devido ao peso.
O mosquito mais leve voa para o doce e delicia-se.
Lá de cima do candeeiro a mosca diz:
-Sai daí que esse doce é meu! Eu dou cabo de ti.
O mosquito já satisfeito respondeu:
-Tive mais medo da tua fome do que da tua gula!
A mosca enraivecida ali ficou a ver o mosquito
comer o doce que tanto queria ter.
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