Acordo de manhã,
abro a janela,
Na rua andam as
crianças pela mão,
O sem-abrigo dorme
no chão,
As peixeiras agitam-se
com uma flor na lapela.
Os idosos
deixam o tempo passar,
Os
desempregados de jornal na visão,
Os
trabalhadores ao relógio perdem perdão,
Os cantoneiros a
vassoura vão virar.
Olho para a
televisão,
Capas de
jornais correm politicas,
Noticias,
cusquices e tricas,
Faz-me correr a
manteiga e me foge o pão.
Acordo de manhã,
abro a janela,
Na rua andam as crianças pela mão,
O sem-abrigo
dorme do chão,
O janota agita
a flanela.
Os jovens andam
de música no coração,
As senhoras bem
vestidas e maquilhadas,
Deixam-se
passear pelo cão,
Os carros
agitam as estradas.
Cartazes na rua
e nas vielas,
A publicidade
do dia e da ocasião,
Os espectáculos
e o cinema das estrelas,
As novidades da
promoção.
Acordo de
manhã, abro a janela,
Na rua andam as crianças pela mão,
O sem-abrigo
dorme do chão,
O doutor de
fato de tela.
Esta é a minha
cidade amada,
De colinas e
fado no coração,
Tejo de porta
dada,
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