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A ceia de Natal dos três porquinhos e o lobo mau

Era o primeiro Natal que os três porquinhos passavam na sua nova casa feita de tijolo. Era muito mais quente que as anteriores e sentiam-se seguros lá dentro.
Decoraram a sua árvore de Natal e este ano pela primeira vez, a sua chaminé que os mantinha mais quentes ainda.
Na véspera de Natal a agitação era grande para preparar a ceia. Estavam muito felizes porque pela primeira vez anteviam uma consoada em paz longe do perigo do lobo mau.
-Este ano está tudo tão calmo que até o trabalho de preparação da ceia é diferente!- comentava o mais novo dos porquinhos.
-É verdade! Nos anos anteriores embora as tarefas fossem semelhantes eram feitas com receio que o lobo mau aparecesse- referiu o porquinho do meio.
-Hum! Vocês deveriam estar contentes!
-Sim, estamos!
As horas passavam e já estava a anoitecer. Estava tudo preparado. A mesa posta e a ceia ao lume.
Os três porquinhos olharam todos uns para os outros, sentados à frente da lareira e apesar da paz sentiam falta de algo.
Lá fora o Inverno marcava a época e nevava abundantemente. O vento soprava e de repente por entre os seus assobios surgiu um som de uivo gelado e esbatido no monte. Era o lobo que passava a noite ao relento e ao frio.
-Ai! É o lobo! – Temeu o porquinho mais novo, parece triste.
-Os lobos são selvagens e maus! Devem estar ao relento! – Respondeu logo o porquinho mais velho.
A ceia ficou pronta e estavam já todos a mesa quando mais um uivo se ouviu no meio dos assobios do vento.
-Mano e se desse-mos um pouco da nossa ceia ao lobo? – Perguntou o mais novo dos porquinhos.
O irmão mais velho franziu o sobrolho.
-Como é que lhe damos uma parte da ceia sem que ele nos coma? Ein?
-Colocamos à porta, assobiamos e fechamos rapidamente.
Apesar de muito desconfiado assim fez.
Quando o porquinho abriu a porta o lobo mau estava deitado no meio da neve. Seus manos quando viram ficaram com pena e iam sair quando seu mano mais velho fechou logo a porta impedindo-os.
-Vocês estão doidos! Uma coisa é dar a nossa comida ao lobo, outra é darmo-nos a nós mesmos como sua refeição.
Os porquinhos correram para a janela e viram o lobo mau, levantar-se e correr para a porta como se nada tivesse. Comeu a comida e partiu.

Os irmãos voltaram para a ceia, agora mais descansados. Apesar do perigo, sentiam que tinham feito uma boa acção mas todos tomaram consciência que o bem ao próximo tem um limite que é a sua própria integridade.

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