Estavam os dois muito felizes pois era o primeiro ano em que
passavam o Natal juntos. A Carochinha tinha decorado a sua casa e João Ratão a
janela aonde conhecera a sua amada. Faltava agora decidir o que fazer para
sobremesa da Ceia de Natal.
-Estou a pensar em fazer uns sonhos de pulgões das couves! O
que achas amor? – Perguntava a Carochinha.
-Blgh, que nojo? Não podem ser uns de queijo da Serra da Estrela?
-Ohh amor! Achas que eu, Carochinha bela e esbelta vou comer
queijo? E a minha linha?
Era a primeira vez que os dois desacordavam nalguma coisa.
-Mas Carochinha linda! Pulgões? Não consigo come-los! Até
acho que eles dão um ar fofinho às folhas de couve!
Tanto a Carochinha como João Ratão não sabiam o que fazer.
Alguém tinha que ceder!
-Querida! Faz lá os pastéis que tu tanto gostas!
-Não amor! Eu faço os de queijo! Não quero que passes o
nosso primeiro Natal sem uma das tuas guloseimas preferidas.
-Faz os de pulgões!
-Não! Faz os de queijo!
-Pulgões!
-Queijo!
E assim continuaram…até que começaram a repetir tão rápido
que o João Ratão se confundiu todo:
-Pulgões de queijo!
-Ãh? – O que disseste João?
-Baralhei-me todo!
-Tive uma ideia! Vou fazer uns de queijo e uns de pulgões. Assim
todos ficamos contentes.
O casal olhou olhos nos olhos e descobriu a forma que o
amor encontra para resolver os atritos: a partilha.
Tiveram um Natal muito delicioso e especial em que ambos
levaram uma parte do que os fazia felizes antes de se conhecerem e partilharam
aquilo o que a união lhes ofereceu.
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