No meio de um bosque húmido, num pequeno buraco, junto a um cogumelo vermelho vivia uma família de duendes.
Estava a aproximar-se o Natal e o pai Duende preparava-se para partir à procura do azevinho de Natal. Os duendes não decoram árvores de Natal. Recolhem com cuidado azevinhos na floresta e plantam-nos em vasos, durante alguns dias, em casa. Depois do Natal devolvem-no à natureza.
-Pai, posso ir contigo? - Perguntou o filhote Duende.
-Não! Isto é um passeio demorado e muito perigoso. A floresta está cheia de perigos e animais ferozes.
-Mas, eu quero! Já sou crescido!
-Não podes! Não irias aguentar a caminhada!
-Mas, eu quero! - Retorquiu o filhote, já em pranto e com uma grande birra!
O pai, cansado, lá cedeu e os dois partiram.
Passados alguns minutos o pequeno Duende começou a perguntar?
- Já está? Onde há azevinhos? Estou cansado!
-Ainda não achei! Eu avisei que a caminhada seria longa - E lá continuaram.
Cansado, o pequeno Duende começou a trocar os pés e a ficar desatento.
De repente, sem dar por isso, caiu num buraco.
-Pai, pai! Gritava o pequeno a chorar.
O pai correu para junto dele e disse:
-Xiu!!!- Não faças barulho! Não sabemos de quem é o buraco.
-Está muito escuro - Respondeu o Duende!
Passados uns minutos, começou a ouvir um barulho e tremeu de medo.
-Está aqui alguém! - Sussurrou o pequeno com uma voz trémula.
-Fica quieto! - O pai não sabia o que fazer.
-Quem está aqui? - Perguntou alguém no meio do escuro.
O pequeno Duende respondeu:
-Sou eu o pequeno Duende! Não me comas, por favor!
-AH! AH! AH! - Ouviu-se uma sonora gargalhada!
-Quem és tu? -Perguntou o pequeno Duende?
-Sou a Sra. Toupeira. Não como Duendes. O que fazes aqui?
-Ando com o meu pai á procura de azevinho para o Natal.
-Eu sei onde há!
-Sabes?
-Sim! Mas eu sou uma toupeira e só ando debaixo da terra.
O pequeno Duende pensou que podia impressionar o pai.
-Eu vou contigo!
E assim foi. O pequeno Duende foi com a toupeira. Ela escavou um caminho debaixo da terra e saiu num buraco mesmo ao lado de um pequeno azevinho.
O pequeno arrancou o azevinho com um pedaço de terra junto à raiz e trouxe-o no seu bolso com todo o cuidado.
A sua amiga toupeira levou-o de volta para junto do pai.
O pai já estava desesperado e ficou muito contente ao ver o filho.
-Tu foste muito corajoso! Mas poderia ser perigoso.
-Eu sei pai.
Voltaram para casa e com muito cuidado plantaram o azevinho num vaso.
Todos os dias até ao Natal o pequeno Duende tratou da plantinha e cada vez que cuidava lembrava-se que todos os pequeninos, por mais fortes e corajosos que sejam, precisam de tempo para aprender a fazer coisas de crescidos.
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