Avançar para o conteúdo principal

Jogo de sustos

A noite mais desejada do ano estava a chegar. O zombie Trapos, o fantasma Sopro e o esqueleto Ossos estavam a preparar tudo.

Ia ser uma noite de muitos sustos e partidas.

Trapos estava entusiasmado:

– Vamos fazer um jogo!

– Qual jogo? – perguntou Ossos.

– Aquele que conseguir mais gritos arruma o sótão da casa assombrada durante um mês!

Então assim foi. Trapos fez tudo para parecer ainda mais assustador: esfarrapou mais a roupa, arrancou mais uns cabelos e rebolou na lama, ficando num estado deplorável.

Ossos, após pensar muito, resolveu aprender a desencaixar e encaixar a cabeça. Estava a imaginar-se a aparecer à frente das crianças com a cabeça na mão.

Restava o Sopro que, simplesmente, não podia fazer nada. Ele era quase invisível. O que poderia fazer?

Pensativo e muito triste, Sopro refugiou-se no seu sítio preferido: o telhado.

Não sei se vocês sabem, mas os fantasmas só são visíveis quando querem. Contudo, existe um ser que os vê sempre: os gatos.

E Sopro tinha um amigo vivo, o Bigodes, o gato do vizinho.

– O que tens, Sopro? – perguntou Bigodes.

– Está a chegar o Halloween...

– Sim, mas vocês adoram!

– Este ano não...

– Porquê?

Sopro explicou ao seu amigo os planos para a noite e como ele não podia fazer nada para ficar mais assustador. Após contar, ficou tão triste que começou a chorar. Bigodes nunca tinha ouvido o seu amigo chorar. O choro dele era arrepiante, tão arrepiante que os pelos de Bigodes se eriçaram de susto.

Bigodes então teve uma ideia:

– Sopro, por que não finges chorar para assustar os meninos?

– Chorar?

– Tu não te apercebes, mas o teu choro é assustador!

E assim foi. Nessa noite, todos os amigos saíram da casa assombrada e pregaram susto atrás de susto.

Conseguem adivinhar quem ganhou o jogo?


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...

Semelhanças

Aiii...começo a preocupar-me com algumas das semelhanças com os meus pais, estou a ficar com o maior defeito da família: o esquecimento!!! Roupa esquecida na máquina de lavar???? Que coisa, os genes, acabamos por ficar com uma mistura dos do pai e dos da mãe e com a idade começam a tornar-se mais evidentes.