Avançar para o conteúdo principal

I love you eléctrico


O cansaço bateu-me à porta resultante do surto de gripe que assola o país. Resolvi deitar-me.
Enquanto me preparava, um riso electrizante surge no meio da escuridão seguida de uma voz dizendo "I love you". Achei estranho e a primeira ideia que me surgiu foi que as crianças que moram no andar debaixo estivessem a brincar fora de horas.

Ignorei o facto, apaguei a luz e enfiei-me debaixo dos lencóis. O tempo passou e já o sono me aconselhava a fechar os olhos quando a voz voltou, desta vez três vezes. Resovi acender a luz e ver se conseguia descobrir de onde surgia. Pareceu-me que vinha da janela.

Comecei a maturar e lembrei-me que sempre tive medo de morar num primeiro andar com umas mini varandas fáceis de subir e de assaltar.

Voltei para a cama. O som de uma sirene da policia acorda a noite logo seguido do sorriso estridente e daquela vozinha, que noutra altura seria bem simpática, mas naquela hora me fazia arrepiar.
Levantei-me novamente, fui trancar a porta da entrada e voltei a para a cama.


Entretanto, o meu pai acorda para ir a casa-de-banho. Chamo-o mas ele diz que não pode vir já. O riso estridente volta novamente, desta vez com um impacto maior no meu sistema nervoso. Só me passava pela cabeça que estivesse alguém do outro lado da janela à espera que eu abri-se os estores para me assaltar.
- Que foi? - diz o meu pai.
- Está alguém lá fora a fazer barulhos, pai.
- Não ouço nada. Vou ver a minha janela.
Segui-o, até ele abrir e...nada. Não viu nada lá fora.

A minha mãe regressa comigo ao quarto. Quando entrámos, a voz electrónica surge novamente. Seguimos o som que nos levou ao guarda-fatos. Abri-o e não havia nada lá dentro. Continuamos-o a seguir até uma caixa por cima do armário, junto à janela. Qual não é o meu espanto, quando descubro que a voz estridente era um porta-chaves em forma de cão, dos chineses, que me deram no Natal passado. Tinha deixado de funcionar ao carregar na barriga e eu guardei-o como recordação. E esta ein?

Comentários

Madeira Inside disse…
Fizeste-me rir!
Estou mesmo a imaginar!

Lembro-me de um boneco do Macdonalds que ria de uma maneira assustadora. Durante a noite começou a rir sózinho (sem ninguém o ter ticado ou abanado) e também assutei-me! Lol! :P

Beijiinhos! Bom ano! :)
Joana disse…
assustador!
despertando disse…
Para te consular do susto, aqu deixo um beijo e desejos de um Ano Novo cheio de coisas boas.
Teresa disse…
Um beijo grande e votos de um EXCELENTE ano 2009!

Mensagens populares deste blogue

Felicidade

A Felicidade não se conquista, aprende-se!

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...

Semelhanças

Aiii...começo a preocupar-me com algumas das semelhanças com os meus pais, estou a ficar com o maior defeito da família: o esquecimento!!! Roupa esquecida na máquina de lavar???? Que coisa, os genes, acabamos por ficar com uma mistura dos do pai e dos da mãe e com a idade começam a tornar-se mais evidentes.