A “Grande Marcha da Mouraria” preenchia o ar de animação popular. Quem passava não ficava indiferente aos cantos coloridos com balões papel, às janelas perfumadas com manjericos e ruas decoradas com fios de papel. Muita cor, muita vida e imenso fulgor se sentia nas ruas de Lisboa. Aquela praça não era exceção. Todos os anos a barraca da Ti Maria vendia farturas e algodão doce adoçando a boca de quem passava. Uma fartura acabadinha de fazer enroscada em açúcar e canela tinha sido colocada mesmo debaixo de um algodão ainda quente. - Dourada como o Sol e esguia como uma Sereia! – Dizia o algodão. A fartura deitada num manto branco acastanhado, embalada com a música nem ouviu. -Dourada como o Oiro e esguia como uma Deusa! – Repetiu mais alto. - Estás a falar para quem? -Para ti, dirijo a minhas palavras meu doce! A fartura espantada com o piropo e até um bocado chocada respondeu: -Com o Sol fui aquecida e de Oiro benzida, Sereia não serei mas doce como uma D...
Contos, histórias fruto de uma imaginação louca que se apodera da minha mente e comanda os meus dedos... Só gostaria de ser famosa depois de morrer pois agora exigiriam sempre melhor do que já fiz e não sei se consigo.