Devagar e sem pressa de chegar a lado nenhum, António, descia as escadas. Eram 9h30, altura do dia em que vinha para o parque ver quem passa. O médico tinha lhe indicado caminhadas e era o que ele tentava fazer. Dava duas ou três voltas ao espaço todos os dias. Tudo dependia da força das suas pernas cansadas de 80 anos de muito trabalho. António, foi pasteleiro a vida toda. Acordava de madrugada todos os dias para fazer os bolos que, deliciavam a Pastelaria Pão Quente lá do bairro. -Ohh, vizinho! Nunca mais comi uns croissants quentes,tão deliciosos quanto os que você fazia. Os tempos são outros! E de facto, era verdade. Os hábitos mudaram e a pastelaria continuava a vender bolos mas já não os fabricava. Chegavam todos os dias numa carrinha vindos sabe-se lá de onde. Provavelmente feitos de forma mecanizada numa fábrica algures. Os descendentes do dono da Pão Quente, tentaram durante vários meses, procurar um pasteleiro, após a reforma de António, mas sem sucesso. Os mais novos não que...
Contos, histórias fruto de uma imaginação louca que se apodera da minha mente e comanda os meus dedos... Só gostaria de ser famosa depois de morrer pois agora exigiriam sempre melhor do que já fiz e não sei se consigo.