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A mostrar mensagens de novembro, 2011

O pessimismo das ideias

Uma Notícia andava a passear na rua da imaginação olhando as montras de Ideias por onde ia passando. A proximidade da Verdade fazia com que houvesse muita agitação. Os Pensamentos iam de Ideia em Ideia à procura do facto ideal. A Notícia entrou numa primeira Ideia que lhe queria vender um facto muito mau. -Isso é péssimo! – Exclamou. Saiu daquela Ideia e continuou pela rua espantada com a quantidade de Pensamentos que lá compravam os seus factos. Uns metros à frente outra Ideia, com muita procura, fez despertar a sua curiosidade: -Credo! Isso é horrível! Nem pensar! Esta Ideia tinha tanta adesão que as filas de Pensamentos para pagar eram incríveis. Não queria acreditar mas as Ideias mais pessimistas eram as mais procuradas. Contudo, a sua esperança não a fez desistir e prosseguiu. Já não restavam muitas Ideias. Os seus pés já lhe doíam de tanto andar. No final da rua, ao fazer esquina, estava uma Ideia sem ninguém com uma montra normalíssima. Parecia igual a todas mas sem nada de mau

Obrigado UNESCO

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Imagem: Quadro José Malhoa, O Fado Não desfazendo dos mimos que me foram oferecidos ontem por todos os que me rodeiam,  a Unesco deu-me uma muito especial: Fado Património da Humanidade. Obrigado! Thanks! Merci!

Foi numa nuvem que tudo começou...;)

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Este Anjo nasceu exactamente à 33 aninhos, num céu algures, por ai .

Triste por ter que te encontrar...

Corro em pensamento pelas memórias mais profundas da minha existência. Vasculho as gavetas das alegrias revoltando as histórias e revendo os sorrisos. Olho para o armário das tristezas. Sabes que me dói a alma cada vez que abro aquelas portas. No entanto, não vens! Não queres saber e obrigas-me a fazer um esforço sobre-humano para as tentar abrir. Só podes estar ali! Onde deixei a chave daquele móvel? A memória tem destas coisas e protege-se. O que um dia nos fez sofrer ela esconde. Memória! Memória! Dá-me a chave do armário das amarguras! Preciso de reabrir os lenços amachucados que um dia me limparam as lágrimas. Num deles tens que estar! Ai, dor! O quanto um dia eu sofri? O que penei? As noites mal dormidas, o coração 24 horas apertado por um laço negro sufocante. A dor no pescoço das humilhações que recusava engolir. Estás aqui, Paciência! Achei-te escondida na caixa de calmantes por cima do bloco verde. O bloco das folhas verdes que temia não precisar retirar e ansiava não precisa

É mesmo isto.

-O que fazes? – Questionava um ponto de interrogação ao seu amigo ponto de exclamação. -Estás sempre a querer saber tudo! És mesmo curioso! -Porque pensas isso? -Vês! Já chega! Os meus pensamentos são meus, ouviste! -Estás agressivo porquê? -Eu não estou agressivo! Estou farto de te responder! -Qual é a origem da tua irritação? -Pára com essas questões todas! Na mesa ao lado, o ponto final, já farto da conversa: -Desculpem interromper, mas cada um de vocês faz aquilo para o qual nasceu e por mais que o mundo ou alguém tente mudar e pôr em causa no fim a natureza prevalecerá.

A tua cor

O final do Verão já se fazia sentir. Ao final da tarde, já se arrepiava uma aragem mais fresca. Na praça da Vila a agitação havia começado entre as quatro árvores existentes: -Quero ser vermelha! -A vermelha sou eu que sou a mais velha! -Está bem! Então vou ser a laranja! As outras duas árvores, mais novas e inexperientes olharam uma para a outra sem perceber a conversa. Tinham ambas quase mesma idade, apenas uma diferença de dias, e não percebiam a discussão. -Anciãs, desculpem interromper-vos, mas porque estão a discutir as cores? -Estes jovens! Tem-se que explicar tudo! Está a chegar o Outono e temos que amadurecer as folhas e deixa-las cair. Na nossa espécie, quando estamos juntas, não podemos ter a mesma cor- Respondeu a árvore menos velha. -As nossas folhas vão cair! Ai! Vai doer? – Questionava a mais jovem árvore que, até ao momento, havia se mantido em silêncio. -Não vai doer nada! Os jovens não sabem algumas coisas e cabe a nós ensiná-los, vizinha! Nós somos

Agradecimento

Queria agradecer esta homenagem no blog Including de Kitchen sink:  Diario de um Anjo .

Tracinhos de Natal

Pendurado em cima de um vaso, um Pai Natal de cerâmica enfeitava uma loja de decoração. -Pai Natal! Pai Natal! Quanto tempo falta para o Natal? - perguntavam em coro as luzes da montra. -Deve estar quase, penso eu. Eles costumam tirar-nos da arrecadação mais ou menos um mês antes do Natal. Porque perguntam? -Oh! Porque temos frio e estamos tristes! -Estão tristes porquê? É a nossa altura. Deveriam estar felizes! -Não nos acendem, Pai Natal! Colocaram-nos mas, à noite não nos acendem! Aqui junto à janela já faz frio. -Que estranho! Agora que falam, recordo-me que, antes de eu adormecer via o Sr. João ligar as luzes e agora não. -A culpa é dos "Tracinhos"! - Respondia uma voz estridente, do fundo da loja. -Foram vocês luzes? -Não, nós estavamos caladas. -Quem fala? - Questionou o velho Pai Natal de cerâmica. -A culpa é dos "Tracinhos" - Reafirmava novamente a voz. -Estrela do pinheiro! És tu? -Não, Pai Natal! Estava a ouvir a vossa conversa.