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A mostrar mensagens de dezembro, 2013

Gestos simples

Silêncio vivia sozinho num banco do jardim, unicamente acompanhado pelos pássaros que, ocasionalmente pousavam nas árvores. Todos os dias se sentava a ver as pessoas a caminho das suas vidas enquanto esperava o seu tempo passar. As estações substituíam-se umas às outras. A Primavera coloria a relva que rodeava o seu banco, o Verão animava o parque infantil ali ao lado com vozes infantis e o Outono cobria as traves de madeira com um manto de folhas douradas. O frio tornava o Silêncio cada vez mais sozinho. As pessoas passavam a correr, os pássaros encolhiam-se nos ramos e o parque infantil era apenas animado pelo ranger do baloiço causado pelo vento. Aproximava-se o Natal. Na rua em frente foram colocadas luzes que Silêncio admirava durante a noite. Os transeuntes agora faziam maratonas de sacos na mão sem sequer olhar para o lado. Todos se preparavam para a ceia de Natal, quentinhos nas suas casas, cheios de prendas e doces. Silêncio ali estava, parado a ver tudo acontecer

O Natal é recordar...

Um menino passava todos os dias pela casa de uma senhora idosa da sua rua e olhava para a sua janela. Gostava porque tinha luzes brilhantes, estrelas e enfeites. Aquela janela brilhava todos os dias com a incidência da luz do Sol e de noite com as luzes a piscar. Certo dia, ao jantar, o menino, intrigado pergunta à mãe: -Mãe, porque nós não temos uma árvore de Natal todos os dias? A mãe, surpresa com a pergunta diz: -João, o Natal é só uma vez por ano, em Dezembro. Ao longo do ano tens outras festas, como o Carnaval e Páscoa, lembras-te? -Sim, mas a árvore é tão bonita! -Sim é, mas só a fazemos em Dezembro, está bem? Agora vê lá se comes a sopa! Os dias passaram, as folhas das árvores começaram a cair e o frio começou a fazer encolher os ombros. Certo dia sua mãe retirou as decorações de Natal da arrecadação e começou a colocá-las. Depois de fazer a árvore, João sentou-se junto a ela e ficou ali parado a olhar durante uns momentos. -Mãe é tão bela! -É não é? Vês!