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A mostrar mensagens de abril, 2013

Sou a maior

Uma mosca voava à procura de comida e encontrou um doce tapado com uma tampa de rede. Posou em cima do candeeiro mesmo por cima da mesa à espera que algum Humano tira-se a tampa. Passados alguns minutos, apareceu um mosquito atraído pela luz. Agarrou-se à lâmpada e ali ficou esparramado. -Ah, calor! – Dizia satisfeito. O mosquito estava tão feliz que mais nada parecia interessar. A mosca esperou, esperou e o doce continuava tapado. Começava a ficar com fome. Cada vez que olhava para a felicidade do mosquito mais irritada ficava: -Olha lá! Oh, baixote! O mosquito de olhos fechados e colado à lâmpada nem reparou no apelo. -Oh meia-leca! Estás a ouvir? Magricela! Estou a falar contigo! O mosquito abriu os olhos, levantou ligeiramente a cabeça e reparou na mosca: -Estás a falar comigo? -Ai, tu vê lá se não queres apanhar! Fininhos como tu, como-os ao pequeno-almoço! O mosquito calmamente respondeu: -O que é que eu te fiz para tu me insultar e ameaçar? -Existes e

O salto da cusquice

Uma cigarra passeava por um caminho. Debaixo de uma folha velha, encontrou uma lesma preta e muito gorda. Quase não se conseguia mexer! -Olá “Kida”! Tu estás ótima! Cada vez mais magra. A lesma, muito espantada respondeu: -Obrigada! O inseto seguiu caminho, cantarolando. Ao pé de uma pedra, viu uma lagarta verde e gorda que se encontrava suspensa a comer umas ervas. -Não sei como consegues estar sempre a comer e manter a linha. Estás fantástica! O mesmo não acontece com a lesma. Já a viste? A lagarta, de boca cheia, agradeceu: -Obrigada! A cigarra continuou o seu passeio. Junto a um tronco morto, encontrou uma minhoca rosa e esbelta a rebolar na terra molhada. -Amiga contínua com o exercício! Só assim é que consegues ter esse corpo! Não é como a lagarta e muito menos como a lesma. Estão gorduchas! -A sério! Obrigada! A uns metros à frente, a cigarra, encontrou um gafanhoto saltitante, de pernas finas e alongadas. - Espetáculo! Hoje ainda não vi ninguém tão esb

A corda du amour

Numa corda da roupa estava um pombo a baloiçar. Aquele era um dos seus poisos preferidos pois tinha uma visão abrangente de todas as pombas que poisavam no jardim em frente. Ao seu lado, poisou uma gaivota-macho: -Ai! Vou cair, isto é muito instável. Prefiro o baloiço de um mastro dum barco em alto mar. -Não é nada! – Disse o pombo. - Tens é que manter o equilíbrio. A gaivota-macho olhou de lado para o pombo e respondeu: -És mas é doido! Uma corda destas, fininha e a abanar ao vento! Esquece lá isso! A gaivota-macho levantou voo e fugiu para um poste em frente. O pombo lá continuou. Fazendo até umas pequenas pausas para compor as penas das asas. Passados alguns momentos poisou um melro. -Este galho é muito fino! Prefiro os ramos mais altos da árvore. -Não é nada! Tens é que manter a calma. -Nem pensar! – Afirmou o melro voando para uma árvore ali perto. Passados alguns momentos, estava o melro e a gaivota a observarem o pombo, cada um no seu poiso, quando cheg

Deixa-me ser pequenina

Uma formiga ia a atravessar,  calmamente,  uma estrada . No outro lado, estava um elefante que, ao ver um camião no horizonte gritou à formiga e disse: -Atenção! Corre, vem ai um camião! A formiga, calmamente, continuou a sua caminhada sem ligar nenhuma ao elefante. -Estás a ouvir! Vem ai um camião! – Gritou o elefante com a voz mais forte que pode. O pequeno inseto não alterou o passo. O paquiderme já nervoso pensou: -Se calhar é surda! Tenho que agir! O elefante respirou fundo, correu para a estrada e tentou agarrar a formiga mas não teve tempo. O camião viu o animal, travou a fundo mas não conseguiu deixar de evitar de lhe dar uma pancada. Deitado no chão com uma pata magoada, o paquiderme respirou de alívio mas com orgulho de si próprio. A formiga caminhou em direção à sua tromba e ficou a olhar olhos nos olhos com o elefante: -Ainda bem que o motorista do camião me viu. O meu tamanho serviu para alguma coisa. -Obrigado pelo esforço mas não era preciso. -C

António Torresmos

António Torresmos, porco de profissão, vem por este meio apresentar demissão. Durante anos prestou serviço à nação como porco. Foi extremamente difícil obter o diploma. Desde potro que tinha esse sonho. Recorda-se como foi aquele dia. Estudou vários minutos: o ronco, a forma de chafurdar e até o abanar de rabo gordo. Foi difícil, mas passou com distinção. Já tinha alguma experiência em partilhar a manjedoura com porcos. No exame perguntaram-lhe: -Como faz o porco! Pensou, pensou e respondeu: -Oinc, oinc. -Dada a experiência que possui e a sabedoria necessária para a função. Os meus parabéns. Possui equivalência a porco. Foram anos a exercer mas chegou a altura de abandonar a profissão. Não aguenta os insultos pois sempre que passa na rua perguntam-lhe: -Oh, suíno já foste porco hoje? Não aguenta mais e desiste. Diz que quer ser cavalo! Pode ser que até consiga uma equivalência, uma vez que tem crinas e ferraduras, apesar de possuir a altura de um pónei.

Frente fria de liquidez

No céu, Deus conferia as preces dos seus crentes. Era uma tarefa quase impossível mas praticável para a entidade divina. Passados algumas horas, chegou a nuvem com os pedidos dos portugueses: -Sempre o mesmo pedido, coitados! Já não sei o que fazer para os ajudar a enfrentar a crise. -Pedro! Anda cá! – Chama ele com a sua voz grossa e imponente. São Pedro que estava atarefado a gerir frentes frias, quentes, anticiclones e ainda nos tempos livres recebia os visitantes para o reino dos céus, tratou logo de correr. -Meu Deus, o que me desejais? -Pedro! Temos um problema em Portugal! Olha a nuvem de preces. Pedem todos o mesmo. Tens alguma sugestão? -Hum… Passados alguns segundos. -Por acaso tenho! -Diz-me, por favor! Já me custa ver os meus filhos lusos sofrer desta maneira! São Pedro levanta a mão, junta frentes frias por cima de Portugal e faz chover torrencialmente. Deus observa e pergunta: -Pedro! Porque é que fizeste isso? -Meu senhor, os portugueses que

Atchim e ovos mexidos

-Sinto-me mal disposta - desabafa uma galinha para outra. -Então, “Kida”? Comeste alguma coisa que te fez mal? -Se calhar foi da massa chinesa que comi ontem. -Foste jantar a chineses? Credo! Isso é muito pobre! -Claro que não. Foi a um restaurante asiático “super-in” que vai abrir em Cascais, de um amigo meu. Fui ajuda-lo. -Então o que sentes? Estás enjoada? -Não! Sinto-me febril! -Ai, “Kida”! Apanhas-te a gripe! Vai já às urgências. Chegada às urgências encontra outra galinha com as penas desalinhadas e com um ar deplorável. -“Fofa”, também estás mal. Foste jantar ao asiático também? -Não. Não aprecio esse tipo de comida. -Então como ficou neste estado? -Fui a uma loja “supé-fofa” de uma grande amiga minha de roupa asiática e oriental importada que vai inaugurar amanhã. -Que giro? Adoro essas lojas. Eu tenho uma, mesmo do outro lado da rua. -Ai, não confunda as coisas minha cara. Isso são lojas dos chineses. Esta é uma loja de roupa oriental importada.

Feliz dia das mentiras

A baleia que engoliu o Pinóquio passou pela costa portuguesa. Ao navegar pelas águas lusas sentiu-se indisposta e expulsou-o para o meio de uma onda. O boneco veio parar à praia, encontrando um pescador: -Oh, Sr. Pescador, você está emagrecido pelo sal da água e envelhecido pelo Sol. Parece ter trabalhado imenso. O meu avô sempre me disse: Pinóquio, na vida é preciso trabalhar de Sol a Sol para ter segurança. O pescador olhou para o boneco e respondeu: -Sabes aonde estás? Em Portugal, trabalha-se de Sol a Sol para às vezes ter sustento. Pinóquio levantou-se, seguiu para uma esplanada, tinha sede: -Meu caro taberneiro atendes clientes todos os dias. Deves ter muito trabalho pois todos temos que comer. O meu avô sempre dizia: Pinóquio, podemos trabalhar de Sol a Sol mas “saco vazio não se aguenta em pé”! O empregado do restaurante, olhou para o boneco e respondeu: -Sabes onde estás? Em Portugal, trabalha-se de Sol a Sol e muitas vezes de “saco vazio”. O boneco já um boc

Irrita-me...

...pessoas que arranjam desculpas para não fazer reciclagem. Que pensam apenas no seu bem-estar e comodidade sem pensar no futuro das gerações seguintes. Se o  Gervásio  consegue tu também conseguirás!