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A mostrar mensagens de outubro, 2011

O último e mais belo da espécie..

O subsídio de natal de 2011, foi obrigado a fazer uma dieta drástica para ficar com metade do peso. Na reunião do Orçamento Geral de Estado decidiu ter a palavra: - Minhas senhoras e meus senhores, tenho de vos agradecer! Os ministros e ministras, espantados com a reação: -Agradecer? – Questionou o primeiro-ministro. -Sim, desde que vocês começaram com estas parcerias com o ginásio TROIKA eu estou mais em forma do que nunca. Agora já consigo vestir as roupas das lojas espanholas cujos tamanhos são abaixo do normal. Intercalo com as roupas justas e transparentes dos chineses. Faço umas toiletes fantásticas. Estavam todos perplexos com o discurso. O Subsidio de Natal de 2011 continuou: -A ginástica que faço é tanta, que já nem penso na alimentação! Agora como fast-food americana e salsichas alemãs em lata. Ui! O que adoro as salsichas alemãs! O primeiro-ministro levanta-se e diz: -Ainda bem que estás tão feliz! Acabei de ter uma ideia! Se tu conseguiste ter tanto sucesso com metade do pe

Estás perdoada!

Era uma vez uma carteira vermelha que estava sossegadamente a descansar numa mala de um restaurante. De repente, uma mão desconhecida, entrou dentro da mala: -Tu vens comigo! Cala-te senão morres! A carteira, aterrorizada nem teve coragem de avisar a dona. Apenas conseguiu sussurrar as seguintes palavras: -Não podes levar as notas e deixar os documentos? Sou a fiel depositária. São extremamente importantes! -Não tenho tempo para isso! A carteira temendo pelo pior entregou-se de corpo e alma. Partiu com um sentimento de impotência e de objectivo de vida perdido.

A sinceridade vive só.

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Imagem: Wikipédia Assente em musgo verdejante, no tronco de uma árvore, vivia um cogumelo vermelho rabugento. Sempre que se enervava ficava mais vermelho e as suas manchas brancas ressaltavam. Não era muito sociável. Aliás, eram poucos os que se aproximavam para evitar o confronto. Certo dia, uma lagarta verde e gorda, passava ali perto e reparou na solidão do cogumelo rabugento. Havia passado por várias árvores e todos os outros fungos viviam aos pares ou até mais. Parou para observar: -Estás a olhar para quê? Segue a tua vida! Deixa-me em paz! – Reclamou o cogumelo. A lagarta muito espantada com a reação: -Agora percebo porque vives só! És mau! -O que percebes tu da minha solidão! Já te disse para te ires embora. Sai daqui para o teu bem! -Puxa! Além de mau humorado, és agressivo! A lagarta desistiu e foi-se embora, parando mais a frente junto a um cogumelo branquinho e muito fofo. Este parecia muito simpático. Tinha muitos filhos pequenos consigo. Resolveu aproximar-se. -Há pesso

Quero ser outro que não sou

Numa floresta algures na Amazónia, havia um papagaio verde e amarelo muito inseguro. Não gostava do seu canto nem da sua voz. Achava sempre que o das outras aves era muito mais bonito e interessante. Vivia a imita-los. Certo dia, um caçador, à procura de um Tucano foi atraído pelas suas imitações e apanhou-o com uma rede. O homem estava tão confiante no canto que colocou-o na gaiola e tapou-o logo com um pano, sem olhar. O papagaio ficou tão assustado que nem conseguiu abrir mais o bico. Esvoaçou na escuridão da gaiola até magoar as asas e desistir. Mais tarde, a gaiola foi colocada nas traseiras de uma camioneta, com as janelas tapadas. -Tirem-me daqui! – Gritou o papagaio verde e amarelo! -És um papagaio? – Questionava um dos Tucanos de outra gaiola. -Sou! O que é isto? Onde vamos? -Vocês foram caçados e enjaulados! Eu já vivo neste caixote há tanto tempo. Sou um animal de estimação. -O que é isso? -Olha não sei bem! O humano fechou-me nesta caixa de metal e dá-me comida! De vez em q

Este é o problema de muita gente...

(If You Wanna Make The World A Better Place) Take A Look At Yourself And Then Make A Change Michael Jackson in Man in the Mirror

Today, that´s me

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imagem: net

Uma corrente de um só elo

O décimo segundo degrau e último de uma escada de ferro envelhecida, algures num prédio de Lisboa, convencido da sua independência, apregoava: -Sou o degrau mais alto desta escada, logo, sou o melhor e o mais perto do topo. Sem mim ninguém chega ao telhado! No exterior daquele prédio já ninguém tocava há muitos anos. O senhorio havia desistido há muito da manutenção uma vez que, as rendas eram muito baratas. Há alguns anos ainda pensou em que poderia beneficiar das obras coercivas mas com a crise a autarquia parou com esse tipo de investimento. As pessoas que lá moravam eram idosas e como tal não subiam as escadas de acesso ao telhado e nem deviam porque estava enferrujada e muito deteriorada com o tempo. Contudo, estes factores não desanimavam o décimo segundo degrau. Sempre se achava o mais importante e agora com a rabugice da idade estava muito pior. Certo dia, uma aranha que fazia a sua teia na beira do telhado, descansava nos seus fios à espera de que algum insecto ali caísse e se

E as minhas dores nas lãs?

Estendido no chão de uma loja do cidadão estava um tapete vermelho já debotado do tempo. Dezenas de pessoas passavam por cima dele, por dia. Essa era a sua função. Aborrecida, monótona mas necessária. Havia naquele trabalho alguns tempos mortos, que ele aproveitava para o seu hobbie: ser o tapete mais pisado do mundo, por tipo de calçado. Assim sendo, tinha as pisadelas organizadas por categoria: os sapatos de sola caros, ténis e chinelos. Na primeira categoria tinha muito poucos. Os sapatos de sola são caros e os donos deste tipo de calçado raramente ali apareciam, mandavam alguém por eles. Os ténis eram a maior. Sim, eram porque, nos últimos tempos só aparecem chinelos de plástico barato. Numa ponta do tapete, estava um caixote do lixo. Eram grandes amigos. Este tinha uma vida mais sossegada. Só de vez em quando é que colocavam alguns papéis. -Tapete, que tal vai o recorde? -Está difícil, agora os chinelos ultrapassaram os ténis! -A sério? Porque será? -Não sei, mas preferia os ténis

Quero ser artista!

Numa paragem de autocarro, a descansar no colo de uma senhora de saia azul, numa mão, um polegar queixava-se de aborrecimento: -Que seca! Estou farto desta vida! O indicador, mesmo ali ao lado, muito curioso: -Estás farto do quê? -De fazer sempre a mesma coisa! Só sirvo para dizer que está “ok” ou esta “mal”, além das minhas funções do dia-a-dia! Queria ser mais expressivo! Gostava de ser artista! -Hum! Nunca tinha pensado nisso. Desde que a mão não me atire contra as coisas e não seja alvo de cortes, por acidente, estou bem. Agora que falas nisso também só aponto ou então chamo alguém. Não estou aborrecido! -Estás a ver! A nossa vida é monótona! Tu é que não és ambicioso! Quero mais! Ao lado, encontrava-se um casal, que de repente, começou a gesticular um com o outro. Faziam sinais que, aqueles dedos, jamais tinham visto. -Olha, olha! Aqueles dedos devem ser artistas. Que lindos movimentos que fazem! – Referiu o polegar entusiasmado. Um dos elementos do casal, deixou cair o passe com

Segurança versátil

No meio da cozinha, junto a uma mesa redonda, com tampo de mármore preto, estava um conjunto formado por banco e uma cadeira. -Queria ser alto e seguro como tu? – Questionava o banco. -A sério? Porquê? Achas que sou segura? -Claro! És alta, tens uma base larga, confortável e costas de apoio. Quem me dera! -Sabes, eu sempre te admirei e gostava de ser um banco. -Não tenho nada de estável para oferecer! Estás doida! Certo dia, um humano brincava com a cadeira, fazendo-a de baloiço. Desequilibrou-se e caiu. As costas da cadeira partiram-se. -Bolas! Já viste, Maria, agora esta cadeira não serve de nada! Vamos passar, este fim-de-semana, pela loja de mobiliário e comprar um banco igual a esse. São mais versáteis! Temos falta de espaço na cozinha. O banco fica sempre arrumado debaixo da mesa e mal se nota. Nessa noite, a cadeira, chorava: -Vou ser deitada fora! O banco, muito perplexo encontrava-se dividido entre vários sentimentos: a tristeza pela amiga, o alívio e o orgulho por ter escapad

Cuelho!

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imagem: net Foi assado, estufado, cozinhado à caçador durante anos pelos portugueses agora quem nos cuzinha é ele!

A memória das palavras

Num sótão, estava uma carta esquecida, empoeirada, em cima de uma mesa. Ao seu lado, menos marcado pelo tempo, mas já com algum sinal de abandono, encontrava-se largado um post-it. Ambos tinham mensagens escritas. -Largados neste sótão, pintados pelo tempo, perfumados pelo abandono e esquecidos pelas lembranças de alguém. Este é nosso destino! – Lamuriava-se a carta. -Deitar fora, quando possível! – Dizia o post-it. -Se quem nos escreveu fora não quis deitar é porque para sempre nos quis lembrar! -Deitar fora, quando possível! – Repetia o post-it! -Lembrete de cor amarela, de curta mensagem escrita! Porque repetes sempre essa barbaridade? Não sabes que a escrita eterna? As palavras traçadas num papel revelam sempre mais acerca de quem escreve. É mais fácil exprimir o que se sente através das letras. Ninguém seria capaz de deitar fora o que, algum dia foi o seu sentir mais profundo. -Deitar fora, quando possível! – Repetia o post-it! -Não consegues dizer mais que isso? Pobres são os que

O meu mundo é melhor que o teu

Numa casota feita de madeira e arame, vivia a Tolas, uma galinha branca. Certo dia, numa tarde de Outono, andava sem destino e, de vez em quando, baixava a cabeça para depenicar alguma coisa que encontrava no chão quando, poisou um pardal, junto à rede: -Ave tosca! Tens asas e não voas! Vives fechada e não vês o mundo! A galinha, muito calma e pachorrenta continuou a sua rotina diária. -És mesmo ridícula! As tuas asas são maiores que as minhas e estás ai presa. Deve ser porque estás sempre a comer e tens o peito pesado! Tosca continuou. Caminhou para junto da água e bebericou. O pardal, já rebolava junto à rede, a rir às gargalhadas. Estava tão distraído que não viu que o lavrador se aproximava e zás. Foi apanhado e colocado numa gaiola pequena dentro da casota grande de Tosca. Estava muito nervoso e assustado, quando ouviu a Tosca, cá de baixo: -Pardal tonto! Do pequeno mundo dos outros gozaste e num minúsculo mundo terminaste. A liberdade é uma dádiva que nos é dada e à qual não dam

Os reflexos das sombras

Junto a um caixote do lixo, estava um espelho largado, encostado a uma árvore. Era uma tarde de calor e apesar de o Sol já estar inclinado ainda se fazia sentir as altas temperaturas. O chão encontrava-se pintado de escuro com as sombras das folhas. A luz do reflexo no espelho contrastava com os traços pintados no chão. Um corvo pousou em cima de um dos ramos encantado pelo brilho do espelho e curioso por ver o seu reflexo. Ficou parado a ver a sua imagem no vidro e à frente os traços escuros da sua sombra, meio inclinada. De repente os seus pensamentos foram interrompidos: -Estás belo! – Ouviu. -Quem fala? -Aqui em baixo, o espelho! -Este calor está a dar-me cabo do bico. Estou a ouvir coisas! Tenho que ir beber! -És belo, olha para mim, mostro-te as cores! Inclinou a cabeça para baixo e reparou que do espelho saía uma voz: -Esquece a sombra, eu consigo mostrar-te exatamente como és. O corvo meio atordoado, levantou a cabeça e comparou as duas imagens, a da sombra e a do espelho e não

I´m to sexy for my blog...

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imagem: net Há expressões que se as pessoas pensassem um pouco poderiam atribuir outro significado. A expressão  "Vi-me e desejei-me" , não atribuo a um vencer de dificuldades mas sim a um sentimento de auto desejo ou de ego próprio.

Viajante vendado

-Adoro viajar e conhecer novos lugares! – Vangloriava-se a chave de um apartamento de Lisboa. -És de onde? – Questionava um copo de uma mesa, numa esplanada no Algarve, aonde a chave havia sido colocada pelo seu dono. -Ser, sou de Lisboa mas raramente lá estou. Sabes, nós as chaves, somos quase caixeiros-viajantes. Andamos sempre fora de casa e o meu dono farta-se de viajar. -Tens sorte! -Conheci quase todas as grandes cidades do país e já fui ao estrangeiro: Londres, Barcelona, Paris e tantas outras. Não deve haver mais nenhum objecto tão viajado quanto eu. -Deves ter uma vida aborrecida, neste restaurante! -Olha, até não! -A sério, como? Já sei, viajas entre as mesas e vais várias vezes à máquina de lavar! – Gozava a chave. -Minha cara amiga! Não preciso de ir aos lugares porque eles vêm ter comigo! -Ah! Ah! O calor de Agosto está a desorientar-te. Os lugares não mudam de sítio nem andam. -Sabes, conheço dezenas de pessoas por dia. Todas vêm de lugares diferentes e cheias de história

A crise da burguesia decadente

Pessimismo recheado de alertas, De noticias desanimadoras sempre pintadas de escuro, É uma crise já suficientemente dura para ser espicaçada. Compreendo que é necessário informar e que as pessoas têm que se precaver do que para ai vêm e ponderar se a vida que levam é mesmo aquela que podem. Cansa-me ver as notícias e ler os jornais! A troca de acusações políticas e as falências de empresas. Não há boas novas apenas histórias que se confirmam, se retorcem e se desmentem. Hoje quem não acompanha a informação perde-se. Os jornalistas parecem residentes de uma aldeia do interior em que o ditado: “Quem conta um conto acrescenta um ponto”, domina as novidades. Ontem, numa caminhada no parque, passei várias vezes por uns idosos sentados num banco do jardim, que se queixavam do que virá mas sem certezas do que será porque ninguém sabe. Todos especulam. A frase: “Isto vai ficar pior”, domina as conversas. O povo português é pessimista por natureza e pior gosta de o ser senão os jornalistas não