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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

Cérebros, trabalhadores liberais

Ontem cheguei a conclusão (não divulguem isto a ninguém) que a DGCI anda a esquecer-se de milhões de trabalhadores por conta própria: os cérebros. Sim, os cérebros trabalham sozinhos e não passam recibos verdes. Se o Gaspar se lembra disto haverá muitas massas cinzentas a terem que deixar de pensar e a fazerem o que os outros lhe mandam só para não pagarem mais impostos!

O diário do imprescindível

8h - Acorda devagar, toma banho calmamente e sai a correr pelas escadas para dar a noção aos vizinhos que está atrasado; 10h -Chega ao trabalho, espalha papeís sobre a mesa, faz de conta que atende uma chamada e sai para uma reunião urgente. Pega no seu bloco de notas com capa de design profissional e corre. Sai do piso durante uma hora e ninguém sabe dele. Todos exceto uma pastelaria de uma esquina aonde toma o pequeno-almoço; 11h – Chega com ar alucinado a soprar pela boca de quem apanhou uma seca. Liga o computador, vê os e-mails: Pedido urgente: “Ótimo!”, pensa. “Este fica entre as 17h e as 20h”. Pedido para o final da semana: “Este só pego da sexta, agora vou almoçar”; 12h – Sai para almoçar com uns amigos imprescindíveis e regressa as 15h. Encontra um colega no elevador e queixa-se: “Tive um almoço com um cliente chato como tudo! Só me safei agora”; 15h30 – Responde aos e-mails que vieram em CC do chefe para dar ar de ocupado. Aliás, possui telemóvel apenas p

Vingança Invisível e Cruel

O texto que se segue é dedicado à minha dor nas costas:) Vieste sorrateira e instalaste-te, Magoas-me sem eu ver, Espetas-me com agulhas desafiantes. Ages pela calada, Por detrás da alma. És como uma vingança, Dura e cruel. Como evitar quem me maltrata assim? O que faço contra o que não vejo? Porque és assim? Tens raiva de mulher ciumenta, Crueldade de homem sem tino, E birra de criança com mimo.

Em ti livre

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foto: wikipédia Admiro a tua calma, O teu sentido de alma, O teu olhar sapiente, A sensação que tudo é relativo, Que correr não vale minimamente a pena. Não precisas de mais nada, Senão de ti, Tua própria segurança, Teu porto forte. Navegas sem rumo, Ou talvez por um destino, Que tu própria sabes. Segues sem nada dizer, Pois és de um único dono, O teu próprio ser.

Jóia de cor

As palavras saltam da minha mente, As recordações queimam-me o peito, Ouve-me! Dá-me um pedaço do teu tempo! Tens a vida pela frente e eu arrasto uma vida cheia de mágoa. Esboço traços de experiências, Homenageio quem um dia amei, Que vive em mim, Que me ilumina a solidão, Que me agarra à vida, A quem a vida deixou de ter para dar. Ocupo os pedaços do tempo, Arrastados pelos ponteiros do meu relógio. Sei que para ti o tempo corre, Sei que tens quem te aguarde, Quem ilumine os teus dias com a sua presença. Mas, mas espera! Mostra-me um pedaço desse teu bem precioso, Dessa jóia que lutas para ter, Não quero roubar-ta. Apenas quero que ela, por momentos, brilhe, Que cintile e dê cor a esta minha tarde cinzenta.

Uma questão de visão

Certa noite um homem triste e insatisfeito com a vida adormece. Morfeu aparece-lhe num sonho e pergunta-lhe: -Estás triste? -Sou pobre: passo a vida a cortar nas despesas, não posso passear nem comprar nada! -Hum! -Aonde estás agora? -Estou em casa na minha cama. -Está quente? -Sim. -Jantaste? -Sim, claro. Comi uma sopa com um bife grelhado. -Comeste sozinho? -Não com a minha mulher e meu filho. -Estão  todos  bem  de saúde? -Sim estão. -Então, diz-me porque estás triste? Não tens frio, não tens fome, não estás só e não estás doente. O homem mexe-se na cama e acorda. Ao seu lado, sua esposa dorme profundamente. Levanta-se e vai ao quarto de seu filho que se encontra sossegado. Volta a dormir, quando Morfeu lhe apareceu novamente: -Estás triste? -Não! Estou é muito feliz. -Ai é? O que mudou desde o outro sonho? -Acordei para ver as razões da minha felicidade!

O jardim da inocência

O cinismo encontrou a sua vizinha, a inocência a varrer as folhas secas de um jardim e afirmou: -Que jardim fantástico! Está tudo tão limpinho. Tens tanto jeito. Quem me dera! Eu sou um desastrado e além disso não tenho tempo nenhum para fazer isso. O meu quintal está uma lástima. A inocência sempre disposta ajudar quem precisa e orgulhosa pelos elogios: - Se quiseres eu depois varro o teu! -Oh, não é preciso! Já me habituei aos restos das folhas. -A sério! Não me custa nada! O cinismo muito contente, aproveitou logo: -Obrigado, muito obrigado! Tenho a certeza que vai ficar impecável. A inocência lá foi ao final da tarde, limpou, podou e arranjou o jardim do cinismo, deixando-o todo arranjadinho. -Está lindo! Fico muito agradecido. Fica mesmo a calhar porque esta noite vou receber convidados. A noite estava a chegar e estava tudo pronto para receber as pessoas. O cinismo estava preparadíssimo. O oportunista, o seu chefe, foi o primeiro a chegar e ao ver o jardim