Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2011

That´s me

Sou uma égua de corrida, Cavalgo pelas estradas da vida, Castanha e de bom porte, Luto pela minha sorte. A luta é o meu forte, O nada o meu ponto de partida, E ao nada poderá ser a minha sorte, Feliz sempre ficarei, pois para mim é estar viva.

Sonhos Intergalácticos

Imagem
imagem: net -Mais alto! Mais Alto! – Gritava o João ao seu amigo Afonso! -Não consigo mais! Tenta tu!Já me doem os pés – Queixava-se Afonso. Os dois amigos divertiam-se a saltar com o Saturno, o Pogoball, que o pai de João lhe havia oferecido. Resolveram parar por um pouco e sentar-se no banco do jardim, do quintal de João. -João, achas que existem pessoas como nós lá em cima? -Não sei! Porquê? -Gostava de viajar pelas estrelas. Ir a Saturno, por exemplo. Se saltarmos muito alto achas que conseguimos? -Penso que não. Somos muito novos e isto é apenas um brinquedo. -João, despede-te do teu amigo Afonso. Está na hora de ele ir para casa! – Alertou a irmã mais velha de João, que tomava conta dos mais pequenos, nos intervalos dos estudos para os Exames Nacionais. Os amigos separaram-me. À noite, já na cama, João recordava o seu sonho, enquanto observava as estrelas pela janela. Adormeceu. -Acorda! Acorda! Meio ensonado, abriu os olhos e viu um animal muito peludo, com grandes sobrancel

Gorda mas deliciosa

Imagem
imagem: wikipédia No balcão da pastelaria Pão Quente, havia uma grande agitação naquela noite, na bancada dos bolos. Surgiu o boato que a Bola de Berlim andava deprimida e em baixo porque estava apaixonada mas não era correspondida. -Eu nem sei como vocês conseguem saber isso! - Referia o Mil-Folhas. -Vocês, machos não percebem nada do assunto. Têm todos os sintomas: está mais magra e suspira várias vezes ao dia - Indagou a Torta de Laranja. -Se calhar está doente- Sugeriu o Croissant. -Não está nada! Aquilo é amor. Só não descobri ainda por quem. -Deveriamos consultar o mestre! -Disse o Mil-Folhas. O mestre era o velho Pastel de Nata. -Mestre Natas! Estamos preocupados com a Bola de Berlim. Está cada vez mais magra e desanimada. A Torta acha que ela está apaixonada eu penso que esteja doente. Mestre Natas, aconchegou a sua massa folhada e ficou pensativo. Era de poucas palavras mas muito sábias. -Chamem-na aqui. A Bola de Berlim, rebolou-se até ao canto do Mestre Natas. -Que deseja

O pior de nós

A crise que afecta o nosso país, está a revelar o que há de pior em cada português.   É cada um por si.

Viagem no Hula-hoop

Imagem
imgem: wikipédia Recorrendo ao seu equilíbrio, Mariana, fazia rodar sobre si, o círculo rosa, o Hula. Raramente, conseguia fazê-lo mais que duas a três vezes seguidas. Não desistia. Alternava com os braços, fazia-o cair até às pernas e à volta do pescoço. Desde que, tinha recebido aquele brinquedo novo, queria regressar a Lisboa, em Setembro, e impressionar as suas amigas com as suas habilidades. Num final da tarde, já sentia dores à volta da cintura e resolveu descansar, deixando o Hula no chão da sala. Sempre que estava sozinha e sem nada para fazer, a imaginação de Mariana inventava amigos e viagens. Falava sozinha e voava para um mundo que ela própria recriava todos os dias. Um dos seus temas preferidos era, se imaginar no futuro. Vaidosa como ninguém, sonhava em ser bonita como as meninas que tinha visto na TV e queria de ser uma mulher de negócios, de fato, sempre bela e composta, a chefiar uma empresa. De um lado, ao outro da sala, desfilava. Imaginava-se de fato, numa reuniã

Sete

Imagem
imagem: wikipédia Acima e abaixo! Abaixo, acima e a rolar! Mariana brincava com o seu ioiô, o Russo, como ela lhe chamava. O seu objectivo, naquela tarde, era fazer um carrinho, como via na TV. Era muito difícil. Estava à horas a treinar. O seu dedinho já se encontrava marcado com o laço do cordel. Frente aos espelhos do hall de entrada, treinava os movimentos. Cansada de tanto carrinho, resolveu fazer um helicóptero, para variar. Não previu a distância e partiu um dos espelhos. -Ai, ai! O que foste fazer! – Ouviu. Sua mãe tinha ido levar o lixo à rua e não havia mais ninguém em casa. -Quem fala? – Perguntou. -Sou eu o Espo, atrás de ti! Partiste a minha mulher, a Lhelhas. E agora? São sete, sete! -São sete, o quê? -Sete, os anos de azar! -Ai, ai! A minha mãe vai-me pôr de castigo! - Começou Mariana a chorar. -Tens sete minutos para a salvar! – Referiu Espo. -Como? -Tens que trazer, sete belezas invisíveis dentro de sete minutos. -Belezas invisíveis? -Sim, belezas que não se vêem. C

Quem sou eu?

Imagem
Ontem achei este bichinho no Castelo de Almourol. Alguém sabe o que é?

Toca a mexer...

Imagem
imagem: montagem de fotos da net Na tasca do Sr. António, a sangria é a bebida dos Deuses da casa. Não há cliente que lhe resista. A gasosa é deitada com cuidado seguida do vinho e bebidas secretas. A fruta é da Dona Felisberta da praça que a reserva todos os dias de manhã, para o efeito. -Sr. António! Tem que dizer o segredo! É das bebidas? – Afirmavam os clientes. Ninguém sabia ao certo. Alguns ex-empregados que haviam mudado de restaurante, convencidos do sucesso, não tinham conseguido vingar. Levavam a receita que o Sr. António lhes ditava, mas nada. Não conseguiam fazer igual. A laranja era a primeira das frutas e componente fixo, o resto era consoante as épocas. -Vamos lá cambada! Tudo a mexer! -Colher, fala mais baixo senão ainda te ouvem! – Pediu Sr. António à sua colher falante. - Não ouvem nada! Só tu é que ouves e estas preguiçosas! Mexam essas cascas! Vá, maçã! Espreme-te! Toda a fruta treinava dentro do jarro. Este era o seu segredo, passado de gerações em gerações: uma

Comunicação feminina

Imagem
imagem: net O hemisfério direito de uma mulher, ouviu, do marido: -Meu amor! Estás tão linda hoje! Informação passada ao hemisfério esquerdo: Lá está ele a dar-me graxa! Eu até estou mais inchada hoje. Não acho nada! Deve estar de certeza a mentir-me e de seguida vai pedir alguma coisa. Conclusão do hemisfério esquerdo: Lábios sorrir. Ficar na defensiva. Mulher chega ao trabalho e o hemisfério direito ouviu da colega: -Olá querida! Essa blusa azul é o máximo! Informação passada ao hemisfério esquerdo: Esta cabra anda sempre a cobiçar-me a roupa para depois ir comprar igual! Conclusão do hemisfério esquerdo: Mentir o nome da loja e aumentar o preço da blusa. Vai almoçar e o hemisfério direito ouviu da melhor amiga: -Estás mais magra. Fizeste alguma dieta? Estás fantástica! Informação passada ao hemisfério esquerdo: Ela está a dizer que eu estava mais gorda! Não acredito! A minha melhor amiga a dizer-me uma coisa destas. Ela que sempre foi roliça e eu nunca sequer toquei no assunto. C

Conseguiam comentar?

Imagem
Alguém teve problemas a comentar este blog e não conseguiu? É que andei a fazer umas experiências para protecção de cópia e gostaria de saber se resulta. Já li que poderá dificultar os comments. Obrigado

Amor e uma tigela

Imagem
imagem: net - Olha o manjerico! Que linda menina! Moço, ofereça-lhe uma rima jeitosinha! No Santo António ou São João, o manjerico não falta não! -Quem quer o tremoço? Não engorda e não tem osso! Apregoava, Dona Maria nas ruas de Lisboa, no dia 12 de Junho. Era uma das poucas pessoas que ainda o fazia. Vendia de tudo um pouco: gelados no Verão, castanhas no Inverno e nas festas populares manjericos e tremoços. Lisboa cheirava a sardinha assada embebida em sangria! As janelas da zona histórica estavam enfeitadas com balões, manjericos e imagens do amado Santo António. A noite estava quente e convidava ao pezinho de dança. O som das músicas, bem portuguesas e animadas sobrepunha-se de tasca em tasca. Nas proximidades da Avenida, a agitação já se fazia sentir. Dona Maria apregoava e apregoava: - Olha o manjerico! No Santo António ou São João, o manjerico não falta não! - Quem quer o tremoço? Não engorda e não tem osso! A fome apertava e Dona Maria deslocou-se à roulotte ali perto para

Família Tempo

Imagem
imagem: net Tic-tac, tic-tac! Vivia a família Tempo, na sua rotina bem certa. A mãe, Hora, o pai, o Minuto e o filho, o Segundo. O relógio era sua casa. Cada um tinha sua responsabilidade e todos a cumpriam sem falta. -Não te atrases para o jantar! – Alertava a mãe Hora Já tinham visto muitos relógios saírem daquela loja. Os tempos evoluíam. Uns tinham casas, quadradas, rectangulares outras redondas. Todas as famílias eram construídas à luz da família Tempo. A vida evoluía e as necessidades alteravam-se e, um dia, o velho André, pai de todos eles, sentado na sua cadeira, suspirava: - As modas mudam! Os meus clientes envelheceram e os novos querem outras coisas! - Vais criar outra casa? – Indagou a mãe Hora. -Não. As pessoas hoje não querem ver as horas! Querem ter um acessório de moda. Aquilo o que me pedem, parte-me o coração! O pai Minuto, muito atarefado, não hesitou: -Amigo, o que tens em mente! Assustas-me! - Pediram-me que criasse uma família sem filho! Um relógio sem ponteiro

Insultos

Imagem
imagem: net Tomé e José andavam zangados há anos. Tinham discutido um dia por causa de um muro comum entre suas terras. Nesse dia, tinham se insultado um ao outro. Foi o fim de uma amizade de infância. Os anos passaram e, agora já na velhice, nada tinha sido alterado. Um dia, na festa da aldeia, havia um concerto de concertinas que adoravam. Ambos haviam chegado tarde e os únicos lugares disponíveis eram um ao lado do outro. A idade pesava, logo não tiveram outro remédio senão ficar ali. Sentaram-se sem sequer trocar olhares. Estava um calor insuportável, naquele mês de Agosto, embora o Sol já andasse inclinado. No chão de terra batida as sombras das pessoas e das cadeiras duplicavam, aparentemente, o número de espectadores. Tomé olhava para o chão e via a sua sombra, ao lado do seu amigo de infância. Começou a recordar-se de um passado que o rancor um dia o fez esquecer. -Zé, Zé! Olha um cavalo! – Dizia Tomé, enquanto unia as suas mãos. -Consigo fazer um porco! Olha! -Vamos fazer u

Salto de cor

Imagem
imagem: net Toin, toin, toin! Fazia a bola saltitona, pela casa fora. Do chão para o tecto, do tapete para, debaixo da base da mesa da sala. Corria todas as divisões. Mariana divertia-se imenso com aquela bola cheia de cor. Atirava-a com todas as suas forças e ficava de olhos esbugalhados, muito atenta, a ver aonde ela ia parar. -Cuidado que partes as coisas! – Dizia sua mãe. Naqueles dias de chuva, não se podia ir para a rua. Ver a bola saltar era uma das suas brincadeiras preferidas. Um dia, perdeu a bola. Procurou, procurou e não a achou em lado nenhum. Pediu ajuda à sua mãe e não encontraram. Ficou muito triste. Nessa tarde, dormitava a sesta quando ouviu: Toin, toin, toin! Acordou estremunhada e levantou-se. Ao seu lado, a bola saltitona pulava sozinha: -Olá! Olá! Olá! Mariana sorriu. -Olá bolinha! Tu falas? -Sim! Sim! – Repetia, cada vez que vinha a cima. E continuou: toin, toin, toin. -Não paras de saltar? Não ficas cansada? -Azul, verde, vermelho… -Porque dize

Meu amor

Imagem
imagem: net Perfume no pescoço, Benamour na pele, colar de pérolas, cabelo arranjado e unhas perfeitas. Isabel, não saia à rua, nem para levar o lixo, com algo desarranjado. Sempre foi assim, já sua avó dizia: -Belinha, sabes como sais mas não sabes como entras. Uma senhora deve sempre andar perfeita. Aquele dia não era excepção. A frutaria era mesmo do outro lado da rua. Vestiu o seu vestido bege, suas sandálias castanhas, bem confortáveis, pois a idade pesava na coluna. Colocou o seu Benamour e saiu. -Dona Isabel, posso fazer-lhe uma pergunta? – Indagou a Sónia, filha do dono da frutaria. Sónia, era uma adolescente no auge. Sua pele o denunciava. - A sua pele é fantástica! O que usa? -Ohh minha menina, a minha pele nunca conheceu outro creme. -E qual é? -Benamour! -Ohh! Isso é um creme francês? Deve ser bom! -Não, português e já muito antigo! Vai lá dentro, lava o rosto e volta cá. Isabel, tira a sua bisnaga da mala e coloca o creme no rosto da jovem. -Humm, que cheirinho agradá

"Eu gosto é do Verão..."

Imagem

Capitão Brock

Imagem
imagem: net    Joãozinho fazia birra ao almoçar. -Come as cenouras João! Come os Bróculos! – Chateava-se sua mãe. -Não quelo! Não! Não! Quelo uma Hamburgre! -Os vegetais fazem-te falta! Come senão não vês TV! Vou à despensa. Quando eu vier, quero tudo comido! Joãozinho, cerrava os dentes. Enquanto desenhava um barco com a comida, ouviu: -Capitão Brock! Capitão Brock! O pirata Bicho Vivo aproxima-se do barco! Joãozinho olhou à volta. Sua mãe não tinha voltado e não havia ninguém. Quando baixou a cabeça para o prato, reparou que a cenoura, andava em pé, aos pulos. -Ameaça a estibordo! – Repetia insistentemente. Era como se o prato ganha-se vida. De repente, o bróculo levanta-se também! Uma das suas hastes transformara-se em espada e a outra em perna. Parecia um pirata com perna de pau como ele tinha visto num filme. -Arghhh! Bicho Vivo aqui não entra. Os vegetais começaram a lutar mas Joãozinho não via o atacante. Parecia invisível: -A, B, C e D, atira, bate, cura e defende! - G

Tangas, caído de duas

Imagem
imagem:net -Ahhh! Que fresquinha esta água! – Pavoneava-se Tangas, o pombo galã do bairro, no seu banho, numa poça, cheio de vaidade. -Ohh menina! És tão doce como o milho! – Dizia a uma pombinha branca que passava. -Olha! Cheira-me a pão fresco! – Atirava a outra cinzenta que acabou de pousar. -És tão gira, tão gira que me deixas tonto! -Assobiava a uma malhada. Tangas, passava os dias assim. Peito cheio, andar bamboleante e cheio de brilho. -Um dia, vais cair de duas patas por uma pomba e nem vais ter coragem de falar! – Afirmava o pombo Cota. -Não! O meu charme é natural. Basta ela ver os meus músculos peitorais e ouvir as minhas palavras doces ao ouvido que será minha. O tempo passou. Um dia, em cima de um banco do jardim, pousou uma pombinha branca lindíssima. Nunca a tinha visto. Voou até ela. Quando cruzaram olhares, Tangas perdeu o pio. Abria o bico e nada saia. Ficou hipnotizado com aqueles olhos, aquela plumagem cuidada, aquele andar singelo. A pombinha, levantou voo e ele ne