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A mostrar mensagens de agosto, 2011

O que faria se a minha vida tivesse apenas um dia?

Dizia: Amo-te, a quem me fez amar, Obrigado, a quem, de sofrimento, me fez crescer, Adoro-te, aos amigos que conseguiram dizer o que eu não queria ouvir, Desculpa, a quem não tive coragem de admitir. Fazia: Nadar, com tartarugas, Voar, de balão, Correr, para beijar todos que me mereceram, Andar, contigo, de mão dada no local em que te tive. E tu?

Vivendo por alguém

Sentada na vida, Respirando o sol, Vivendo em prol, Observando a lida. Esquecendo-me de si, Olhando por mim, Preocupando-se sem fim, Sem sair dali. O tempo passava, As horas atropelaram-se, Na sua agenda os minutos arrastaram-se, À espera do momento em que entrava. E agora tudo mudou, Não há entradas, Partem as chegadas, A agenda sem nada ficou.

Despertar

De corpo saturado do stress do trabalho e a mente extremamente ocupada com a lista de itens pendentes, António, vivia os seus dias, entre o trabalho e a casa, que se destinava apenas para dormir. Saía cedo todos os dias, passava pelas ruas, sem ver ninguém. O seu pensamento estava nos ficheiros e relatórios pendurados no seu escritório. Aquele dia não era diferente. Tinha prazos a cumprir e reuniões importantes para participar. Saiu de casa, apenas com um café no estômago. O cansaço era imenso. Entrou no elevador e deparou-se com a vizinha de cima que trazia a sua filha pela mão. -Olá! – Disse a criança. António, quase não ouvia, não fosse a criança repetir insistentemente: -Olá! Olá! -Cala-te Mariana! Deixa o senhor! Não o aborreças! O senhor, de gravata e cara sisuda, olhou para baixo e quando ia abrir a boca para falar, nada saiu, senão um sorriso forçado. A porta do elevador abriu, a vizinha saiu e a criança seguiu-a, sem nunca largar sua mão. Contudo, olhava para trás, para aquele

Porque faço assim?

Hábitos, rotinas, pormenores e gestos do dia-a-dia que só nos apercebemos da sua existência quando os temos que mudar. Fazemos as coisas de certa forma, porque sim. Aprendemos, acomodámo-nos e realizámo-las de determinada maneira, ao longo de anos, e assim ficou. Quando  alguém nos olha e pergunta porque fazes dessa forma e não desta. Há um choque inicial, que presumo seja a consciência de algo automatizado. Depois, entra a personalidade de cada um. Os mais teimosos e intransigentes, ignoram a observação e continuam na sua casca de ovo: “Sempre fiz assim e funcionou, não vejo porque mudar”. Os conscientes e democráticos entram na discussão acerca dos atos. Procuram argumentos de outros, depoimentos e análises científicas para os comportamentos. Seja qual for a atitude adoptada, é sempre difícil mudar e o ser humano é uma criatura de hábitos. Aliás, todos os animais procuram rotinas para se sentirem seguros e nós não somos diferentes. Contudo, algo nos distingue do resto das espécies,

Queria só um pedaço teu!

Vá lá, só um pequeno bocado...de ti

Ervas daninhas

As raízes do medo habitam no subconsciente da mente. Quando agimos sem pensar. Evitamos fazer algo ou dizer alguma coisa sem saber porquê. Parece que existe uma corda atada a nós mesmos que nos impede e agarra. Medroso é aquele que diz que não tem medo de nada, porque quem diz isto é porque se recusa a admitir as suas próprias fraquezas. Admiro quem se questiona quando sente essa corda e consegue puxá-la com força. Às vezes, até a rebentar. Aqueles que dizem que nada os faz temer, nem sequer lutam para vencer os seus receios e preferem esconder ou fazer de conta que os mesmos não existem. Agarradas à minha terra, Ao solo que diariamente piso, Existem sem eu as criar, Pairam sem eu saber porquê. Mostram-se quando o desejam, Revelam-se sem que possa impedir, Persistem sem que possa lutar. Ervas daninhas do subconsciente, Semeadas pelo passado ou por alguém, Sem que visse ou soubesse. Tento arranca-las, Atiro veneno para a sua morte, Evito a sua reentrada. Ensanguento as minhas mãos

Criticar

É feio e não se deve fazer, mas surge como um fenómeno contagiante e não existe ninguém que não o tenha feito algures na vida. Todos conseguem criticar alguma coisa, em alguém, contudo poucos tem a  capacidade de se colocar na pele desse alguém antes de o fazer. Ver em Lentinha

Novo Blog: Bicho d´ Contar

-Pai, o que é isso que usas ao pescoço? -É uma gravata! -Para que serve? -É para aquecer o pescoço! -Humm, mas está tanto calor.... -Pai, pai! -Diz, filho! -As pintas das girafas são todas iguais? -Não sei, vai perguntar à mãe! Ver a resposta em: A Pintas Altas

Desenho para blog infantil, solicita-se!

Estou a pensar em criar um novo blog, só com histórias infantis. Não tenho jeito nenhum para o desenho. Pensei em pedir a vossa participação na criação de um boneco. Quem quiser entrar nesta viagem ao tempo de infância, fazendo o desenho de um personagem do blog que tenho em mente, deixe o contacto por e-mail que darei mais informações.

Bicho-de-contar

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imagem: net As férias de Verão, eram sempre passadas com os avós, no campo. Numa tarde, André, jogava com os berlindes que o avô lhe tinha dado. Queria atirar cada vez mais longe. Concentrava cada vez mais a sua força toda nos seus pequenos dedos. As bolas de vidro colorido iam cada vez para mais longe, no quintal. Atirou com tanta força um desses berlindes que o perdeu no meio das ervas e das pedras. Tentava achar os seus reflexos do Sol no vidro. Olhava atentamente para todos os cantos e recantos, à procura de um brilho especial. De repente, junto a uma pedra encontrou o berlinde perdido. Junto a este, estava também uma pequena bola preta. - Alguém perdeu este berlinde! Não é muito bonito, mas dá para jogar! – Pensou. -Não, por favor! André, olhou em seu redor e ninguém ali estava. -Não me batas! Muito confuso e a começar a ficar assustado, o menino, perguntou: -Quem fala? Onde estás? Mostra-te! -Sou eu! Na tua mão! André, baixou o olhar e o berlinde preto que havia achado, à m

Nostalgia no Diário

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 Ferdy origem: net 

A música do Sebastião

Sebastião, Uma orelha de pé, E outra no chão. Brinca à apanhada com o Zé, E joga às corridas com o João. Cabeça de pé, E cauda no chão. Festeja a vinda do Tomé, E encosta na sua mão. Pula de fé, E lambe o seu pão. Sebastião, Uma orelha de pé, Outra no chão.

Necessidade ou Hábito?

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A passear pelo Dolce Toca Shopping, a minhoca Rosa, andava a ver os saldos. Guardava, para esta altura do ano, a aquisição de uma das poucas peças de roupa que o seu corpo esguio permitia: chapéus. Era doida por este acessório de moda. Também tinha alguns lenços mas poucos. -Olá, Rosa! Por aqui? Também andas aos saldos? – Questionou uma amiga sua, Centopas, a centopeia. -Olha! Ando a ver o que sobrou das coleções de chapéus. Há alguns que não consigo comprar a preços normais. Queria um novo! -Só um? -Sim, todos os anos, nesta época, compro um e depois vou misturando com os antigos. -Eu compro dezenas de sapatos e para cada par, um chapéu a condizer. Tenho 191 pares de pés. -Puxa, e tens vários para cada par? -Sim, claro. E também tenho lenços para alguns conjuntos. Tive que fazer um anexo à toca para os guardar. -Tens sorte! Eu uso os meus chapéus para decorar as paredes da toca. -Oh. E não te cansas de usar sempre os mesmos? -Eu gosto de chapéus mas, não tenho dinheiro para ter muitos

Dicionário Alimentar Luso Inglês do Diário (vol. II)

Aqui segue o volume II :) deste Dicionário : You Kill - Tomate; Pepe Anthem - Pepino; With an Angel - Canja; Sea Stairs - Mariscada; You Corn - Tomilho; Double Here- Bica; Wrong Island - Tortilha; Water in Fire - Aguardente; Double Tail - CusCus; Salt Go- Salva.

Se um dia eu voltar...

Se um dia for um pássaro, dormirei no teu ramo, Se um dia for um peixe, esconder-me-ei na tua concha, Se um dia for uma cigarra, cantarei no teu campo. Se um dia for um homem, a ti quero mulher, Se um dia for uma mulher, a ti quero homem, Se um dia for, a ti quero ter. Se um dia voltar, a ti respiro ter, Se um dia regressar, por ti vou lutar, Se um dia eu ser, em ti quero viver.

Janela de oportunidades

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Sentado no baloiço com uma vista para a janela, recortada por fios de metal, Joãozinho, tinha uma visão do mundo, que o rodeava muito diferente. Sabia que, havia outras aves na rua e que por vezes até paravam no parapeito. Observava as rotinas dos seus humanos e de outros que via todos os dias, lá em baixo. Certo dia, um pardal, muito arrepiado com o frio, entrou pela janela por acidente e pousou numa prateleira, na marquise: -Ai, ai, como se sai daqui? -É simples, procura o caminho por onde entraste! -Não sei por onde entrei! Levantou voo e deu uma volta ao recinto, parando mesmo em cima da gaiola de Joãozinho. -Não consegues voltar pelo sítio aonde entraste? -Não. Ajuda-me! Joãozinho, franziu o sobrolho. O seu recinto restringia-se aquela gaiola e por vezes à marquise, aonde ia brincar com a pequena da família. Sabia perfeitamente onde era saída/entrada da gaiola e por vezes até voltava para lá, quando se fartava de comer o pão-de-ló que a criança insistia em lhe enfiar pelo bico. Nã

A vergonha de ser agricultor

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imagem: net Muito se perdeu nos últimos anos em Portugal e uma dessas perdas foi, o orgulho de ser agricultor. Aliás, se alguém diz que tem essa profissão passa logo na mente de quem o ouve: -Que "labrego"! Ao longo de muitos anos a nossa agricultura foi subsidiada para ser abandonada. Qual foi o objectivo? Deveria se perguntar a quem nos deu o dinheiro e ganhou com o aumento das suas exportações para o nosso país. E agora? Criou-se a ideia que um país desenvolvido seria um país de serviços. Não sou apologista de muitas coisas na cultura dos EUA, contudo, é um país que soube manter todas as actividades. Vejam a foto. No nosso país, quando um político ou figura pública visita uma região agrícola, escondem com vergonha essas raízes. É pena, porque segundo me consta, nós comemos ainda alimentos produzidos pela agricultura e não feitos por alguém que passa o dia sentado numa secretária.

Zé Pulga, aumenta o Ratting da Moodys

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imagens: net A sala de imprensa estava cheia de jornalistas, ansiosos para o conhecer. As revelações efectuadas pela NASA surpreenderam o mundo e até tiveram impacto nos mercados financeiros. Os dirigentes das grandes potências internacionais já se preparavam para pressionar a subida do ratting da Moodys de Portugal, dados os negócios que podiam advir de tamanha notícia: - Minhas senhoras e meus senhores, tenho o prazer de vos apresentar o descendente directo do primeiro ser vivo a aterrar na Lua: o Zé Pulga. Os flashes começaram a disparar na sala, os gravadores foram içados em punho e os microfones atropelavam-se no ar: -Conte-nos como aconteceu? – Questionou um jornalista. -O meu antepassado viajava na Laika, a primeira cadela a pousar na Lua. -E porque diz ser o primeiro ser vivo a fazê-lo e não a cadela? -O meu ascendente encontrava-se na pata de Laika. Os nervos da cadela fizeram-no cair para o fundo da parte do fato que tapava uma das patas. Antes de Laika colocar a pata e

Peito cheio de Orgulho

De olhos esbugalhados e unhas quase de fora, observava através da janela, os pombos a comerem migalhas de pão que, alguém havia atirado à rua. -Ai que gordos! Espetava a minhas unhas naqueles lombos e nem sobravam penas! Um pombo mais atrevido resolveu pousar no parapeito da janela. -Estás-me a provocar! Se não fosse esta parede transparente! - Referiu o gato Bogas, levantando a pata e arranhando o vidro. Do outro lado, a ave, apercebendo-se da sua segurança, encheu o peito de ar, sacudiu as penas, anichou-se mesmo virado para o Bogas. Estava com ar de gozo. O gato, enervado, arrepiou o pêlo. -Sou gorducho e anafado, apetitoso e danado. Deste gato não serei fado, porque preso, vive fechado! As janelas não isolavam bem o som para dentro da casa e Bogas, eriçava-se cada vez mais. A ira foi tanta que se desequilibrou e caiu. Amuado com a história, resolveu acomodar-se na alcofa. O pombo, insatisfeito com o desprezo aproximou-se ainda mais do vidro para ver o que tinha acontecido. O Bogas,

Só a murro

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Imagem: net A noite caiu e a hora de fecho do hipermercado chegou. Os humanos saíram todos deixando tudo impecavelmente limpo. As luzes foram reduzidas a sinais de presença. Na bancada da fruta: -Oi, pessoal! Tá na hora de levantá! – Gritava uma banana de origem brasileira aos pulos! -Ai, lá está o cachopo! É preciso ter calma! Muita calma! – Afirmava o melão do Alentejo. -É verdade, compadre! Estes moços têm o sangue a pulsar nas veias! – Referia a melancia. - Você espelale por mim! Tenho que penteale o pêlo! – Dizia o vaidoso asiático Kiwi, que por muito que se esforçasse andava sempre com o cabelo espetado. -Eu só vou á parte, se houver lades! Sem lades, não há fanes – Exclamava o galã figo Algarvio. -Então me espalale pelo mestle! Me quelele fanes! – Reafirmava o Kiwi, grande fã do figo! Todos se levantaram para poder ver a festa de lançamento da nova música das Batata Doce, na bancada da frente. O grupo deu inicio á sua actuação. As artistas abanavam a barriga à medida que c

Sweet Sixty

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imagem:net Dona Ana vivia num mundo criado só por ela. Vestia roupas dos anos 60, como se ainda vivesse nesse tempo e tivesse 20 anos. Ignorava a passagem da idade e vivia presa a esses momentos em que foi extremamente feliz. Na rua era olhada pelos vizinhos com a estranheza típica dos portugueses, demasiadamente atentos aos outros e muito agarrados às tendências da moda. O seu marido nada dizia. Passava algumas tardes a jogar às cartas, no jardim e o resto do tempo a passear com a esposa ou em casa. -A tua mulher veste-se como vivesse no passado! – Comentava um amigo. -Oh, deixa a estar! E os dias iam passando. Sempre que era preciso ir às compras ou passear iam sempre juntos. Eram um casal muito unido. Certo dia, passeando de mão dada pelas ruas do Chiado: -Desculpe minha senhora! – Interpelou-a uma rapariga nova. -Sim! -Sem querer ser intrometida mas, não pude deixar de reparar na maneira peculiar que se veste. -São roupas muito antigas que alterei ou fiz para mim. -Veste peça