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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Quero parar!

Gostava que o tempo parasse, Que o ponteiro esperasse, Gostava que o momento para já ficasse, Que pudesse olhar, viver e repetidamente te amasse. Queria que os minutos não me fugissem, Como grãos de areia, por entre os meus dedos não partissem, Queria ter tempo, para que no tempo me aborrecesse, Que pudesse parar, para observar para quem amo não me esquecesse. Dou por mim a ver os minutos passar, E por dentro gritar para ali ficar, Dou por mim a pedir para respirar, Porque sem respirar, apenas vivo para estar. Cada fase da vida passa como se fosse uma corrida, Prova que nem da meta queria ter saída, Não quero correr, quero caminhar, De mão dada, contigo, para sempre andar.

Folha em branco quase escrita

Olho para uma folha em branco e vejo tudo, Tudo o que nada vejo, Tudo o que nada sinto, Tudo o que para sempre desejo. Olho para uma folha escrita e vejo nada, Palavras vazias e textos ocos, Imagens bonitas de quase nada, Notícias forçadas e fatos loucos. Olho para as pessoas e vejo o quase, Quase felizes e quase tristes, Quase invejosos e quase orgulhosos, Quase a viver e quase a morrer. Olho para mim e olho para o lado, O mim é meu e o do lado também seria, Seria se injustiça não houvesse, E se o lado para a minha felicidade não importasse.

A espera de mais que algo

A espera estava sentada num banco do jardim quando aparece a ansiedade e pergunta: -O que fazes aqui? -Nada! A ansiedade, totalmente desconhecedora dessa palavra insistiu: -Estás sentada no banco do jardim, é porque estás a descansar! -Não! -Estás a observar as folhas a cair? -Nem reparei! -Estás a apanhar Sol? -Está Sol, não tinha visto ainda! -Ai! Estás-me a deixar nervosa! Como é possível estares assim! -Assim como? -Assim parada… -Não estou parada! -Bem! Tu disseste que estavas a fazer nada! -Então! Está tudo dito! -Está tudo dito, o quê? -Estou aqui a fazer algo: nada! E como tu mesmo concluíste é muito difícil!

Nada é como se sonha nem tudo é como se teme

A realidade é aquilo o que vejo? Ou apenas aquilo o que todos vêem? A minha visão é mesmo o que acontece? Ou aquilo o que todos dizem? Realidade! És o que penso? Ou o que todos pensam que és? Nada é como se sonha, Nem tudo é como se teme. Espera-se para ver? Não! Espera-se para viver!

Tempo quantos minutos tens?

Paciência, quantos minutos tens? Tenho tantos quanto tem o tempo. Ansiedade, quantos minutos tens? Tenho mais que o tempo tem. Sonho, quantos minutos tens? Tenho tantos como a vida tem. Vida, quantos minutos tens? Tenho os que tem o meu tempo. Tempo, quantos minutos tens? Tenho os minutos que a ti te advém.

Árvore da confiança

A oportunidade bate à porta da insegurança e diz: -Preciso da tua ajuda para apanhares as folhas do meu jardim! A insegurança espantada diz: -Ãh? -Não queres ajudar? -Quero! Achas que consigo? -Tens duas mãos? -Tenho! -Consegues baixar-te? -Consigo! -Então, porque não conseguirias? -Sei lá! Tenho medo! -Medo de quê? -Medo de não apanhar as folhas todas, por exemplo. -E daí? -Daí não te ajudaria por completo e ficarias triste comigo! -Então também ficaria triste com a árvore! -Porquê? -Porque por cada folha que apanhares deixa cair outra logo a seguir e se eu não confiar que tu apanhaste as que encontraste será como se tu nem passasses por lá para me ajudar!

Depressão Pós-Natal

Acho o mês de Janeiro, um mês totalmente desinteressante. Há quem se motive com a entrada de um novo ano mas a mim isso passa nos minutos a seguir à meia-noite. Não se passa nada! Depois eu sofro de depressão pós natal que é uma das minhas alturas preferidas do ano. Se calhar é mesmo por isso. Fico imensamente triste ao desfazer a árvore de Natal. Sinto que cada um dos enfeites que retiro e guardo grita por mim para voltar a sair. A casa, depois de retiradas as decorações natalícias fica com espaços vazios que já tentei ocupar com decorações de São Valentim, Carnaval, Páscoa e até Santos Populares mas não é a mesma coisa. Enfim, vamos lá para 2015…ah e tal bom ano para os leitores do Diário!