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Mensagens

O grito do Talento

                                                                                                                                    Imagem criada por inteligência artificial Era uma vez um Grito que vivia numa cidade atarefada e numa vida agitada. O seu pai era o Canto e a sua mãe, a Voz Sussurrante. Naquela casa só se ouviam as canções do pai e a voz alta e estridente do Grito. O Grito não tinha muitos amigos, porque, sempre que se chateava, levantava a voz tão alto que ninguém queria brincar com ele. Vivia infeliz. Gostava de ter a voz melodiosa do pai e saber baixar o tom como a sua mãe, mas n...
Mensagens recentes

O que é o amor?

Muito se escreveu sobre este tema, Muito se cantou, pintou e chorou. Mas o que é o amor? Será que é não conseguir deixar de pensar? Ficar parada a o olhar e perder o tempo a passar?   O ser humano nasce do amor E vive para o encontrar. É nele em que é feliz e, é nele que encontra a paz.   Há quem viva sem nunca o encontrar. Será porque procura o amor perfeito? Ou será, que o perfeito para si não existe?   Como o achar? Como saber se é agora, se já foi ou ainda será? Respostas, respostas, será que alguém as tem?   O amor não é uma meta de uma corrida, Não é um sinónimo de um dicionário, O amor é a estrada da vida, que, agora, neste momento, nos faz seguir.

Lena a corajosa

Era uma vez uma avestruz chamada Lena que vivia no Jardim Zoológico de Lisboa com outros animais. Era diferente das outras. Vivia afastada porque não se sentia bem com as suas companheiras. Lena tinha um sonho: queria aprender a voar como o seu amigo pardal, o Tito. Adorava poder voar pelas nuvens e sentir o sabor do vento. Todos os dias tentava levantar voo, subindo a um dos comedouros e atirando-se lá de cima. Contudo, sempre que tentava, chorava e esperneava. As suas asas ficavam tensas e não conseguia fazer mais nada durante algum tempo. O seu amigo Tito tentava animá-la, mas ela nem o ouvia. A raiva de não conseguir voar era mais forte do que ela. — Não percebo, Tito! — gritava. — Tenho asas com penas, porque não voo? Tito, com muita paciência, respondia: — Lena, as avestruzes são grandes e pesadas. É difícil voar! — Não digas isso! Eu sou uma ave como tu! Eu quero voar! — insistia ela. Passados alguns minutos, Lena acalmava-se e voltava às suas rotinas diárias. — Sa...

Livro sem memórias

 Era uma vez um livro. Um livro largado numa estante. Um daqueles livros com capa vermelha, rija e sem desenhos. Era um livro tão sem graça que ali estava a acumular pó. Já não se lembrava da última vez que o tinham aberto para ler. Aliás, tinha sido há tanto tempo que até ele próprio já nem se recordava do que tinha escrito nas suas páginas. A sua dona tinha falecido e o livro ficou para a filha, a Leonor, que o guardava numa prateleira como recordação da sua mãe. Essa sim o abria todos os dias, quando Leonor era pequena, para lhe contar uma das histórias do livro. Ela, contudo, nunca teve tempo para o ler à sua filha, Maria, e as memórias das histórias desapareceram com o tempo da sua memória. Certo dia, a professora da Maria pediu que ela levasse um livro com histórias diferentes e ela pediu à mãe: – Oh, querida! Leva um bonito, com belas imagens! – Mas mãe, todos os meus amigos têm um livro desses e as histórias são todas iguais. – Então não sei! Agora a mãe não pode! A...

Alex, o caracol surfista

Era uma vez um caracol chamado Alex, que vivia num arbusto em Aljezur, junto dos seus cinquenta irmãos, perto da praia da Amoreira. Adorava sentir o vento e, sobretudo, a brisa fresca do mar. Os seus dias preferidos eram os de nevoeiro. Acordava com a carapaça coberta de gotas de água fria e salgada e escorregava pelos ramos como os surfistas da praia. O sonho de Alex era ser surfista. Nesses dias, fechava os olhos e imaginava que tinha uma carapaça colorida como as autocaravanas e que usava uma prancha debaixo do seu corpo. — Yupiieee! — dizia ele. Os seus irmãos odiavam a brisa do mar. Gostavam de estar sossegados e só saíam da carapaça para dar umas trincas nas estevas. Achavam que ele era doido e, por isso, deixavam-no sempre na base do ramo onde viviam. Ele não se importava nada, porque assim podia escorregar pelas gotas do orvalho. Certo dia, viu uma menina a passear junto à praia, de mão dada com os seus pais. Os seus irmãos esconderam-se todos nas carapaças e agarraram-se...

Mulher

Ser mulher é : perceber o que ninguém vê, levantar quando já ninguém se ergue, ter força quando já ninguém se mexe, resolver o que já ninguém consegue, esquecer a dor pela dor de todos, descansar no descanso dos outros, Ser mulher é ter a força de um gigante com a delicadeza de uma flor.

O sonho do André

André tinha um sonho. Adorava brincar ao ar livre, nos jardins e parques da cidade. Gostava de saltar de pedra em pedra, como se estivesse a jogar na calçada portuguesa, mas, sempre que o fazia, sentia-se um bocadinho triste. E sabem o que o fazia sentir-se assim? O lixo espalhado pelo chão. André gostaria de ter uma vassoura mágica que varresse tudo ou uma borracha gigante que apagasse o lixo e um pincel para voltar a colorir de verde os jardins e de cinzento os passeios. Não conseguia perceber por que razão as pessoas deitavam lixo no chão quando havia caixotes espalhados pela cidade. Gostava de pensar que as pessoas não podiam ser tão descuidadas assim. Imaginava que existia um monstro do lixo que, ao tentar comer o lixo dos caixotes, deixava cair pelo chão pacotes de sumo, latas de cerveja e muitas outras coisas. Certo dia, na escola, a professora pediu a todos que desenhassem o que gostariam de ser quando fossem grandes e escrevessem um pequeno texto sobre isso como trabalho de ca...