Só a murro

Imagem: net
A noite caiu e a hora de fecho do hipermercado chegou. Os humanos saíram todos deixando tudo impecavelmente limpo. As luzes foram reduzidas a sinais de presença.
Na bancada da fruta:
-Oi, pessoal! Tá na hora de levantá! – Gritava uma banana de origem brasileira aos pulos!
-Ai, lá está o cachopo! É preciso ter calma! Muita calma! – Afirmava o melão do Alentejo.
-É verdade, compadre! Estes moços têm o sangue a pulsar nas veias! – Referia a melancia.
- Você espelale por mim! Tenho que penteale o pêlo! – Dizia o vaidoso asiático Kiwi, que por muito que se esforçasse andava sempre com o cabelo espetado.
-Eu só vou á parte, se houver lades! Sem lades, não há fanes – Exclamava o galã figo Algarvio.
-Então me espalale pelo mestle! Me quelele fanes! – Reafirmava o Kiwi, grande fã do figo!
Todos se levantaram para poder ver a festa de lançamento da nova música das Batata Doce, na bancada da frente.
O grupo deu inicio á sua actuação. As artistas abanavam a barriga à medida que cantavam a música popular: “Só a murro”.
“ Se eles vêem, com muito esturro! Só a murro! Só a murro!”
-Ai, que bem que elas mexem os fundilhos! – Exclamava o melão.
-Se eu não fosse um figo, dava-lhe um Suite!
-Tu davas-lhe uma suite, figo! Não tens aonde cair morto! – Afirmou a melancia.
- Lade, tu não entendes! Dava-lhe um doce. Era inglês!
-Em doce ela te fazia se te desse um murro!
-No Wor only pece! Love me babi!
A luz acendeu, de repente, e as batatas-doces desequilibraram-se com o susto e caíram da prateleira.
O segurança passou a fazer o seu turno:
-Olha! Ainda há 4 horas passei aqui e estas batatas estavam na prateleira! Põem a hortaliça toda em cima uma da outra, depois queixam-se que dancem até ao chão!

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